Quem quiser que acredite, mas Cardozo diz que não disse o que disse
- O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, afirmou
nesta terça-feira que os comentários feitos por ele sobre a situação dos
presídios do país não têm relação com o julgamento do 'Mensalão do PT'
realizado no Supremo Tribunal Federal (STF ).Na última terça-feira da semana
passada, o ministro disse que preferiria morrer a ter que cumprir muitos anos
em uma prisão no país. As declarações do ministro ocorreram em meio à definição
por parte do STF das penas que integrantes da cúpula do PT terão de cumprir
após o fim do julgamento. Como se recorda, os ministros decidiram estabelecer
uma pena ao ex-ministro José Dirceu de 10 anos e 10 meses de prisão. O ministro
Gilmar Mendes concordou com a crítica de Cardozo, mas ironizou: "Lamento
que ele fale só agora". O ministro da Justiça considerou os
comentários de Mendes como engraçados;
- "Acho que é uma questão engraçada... acho que
nesse momento as pessoas estão com problema epidérmico em relação ao mensalão e
qualquer coisa que se fale, acham que tem relação com isso. Eu falo como
deputado e como ministro das péssimas condições dos presídios brasileiros há
anos", afirmou Eduardo Cardozo. Para muita gente, a crítica de Gilmar
Mendes foi o 'tiro certeiro' no ministro da Justiça, uma vez que o sistema
penitenciário no Brasil é realmente um verdadeiro caos, mas somente nos últimos
dez anos, sob governo do PT, partido pelo qual Eduardo Cardozo é deputado
federal, nada fez para melhorar o complexo carcerário do país, função que cabe
exatamente ao ministério comandado por Cardozo. Dados oficiais comprovam que os
investimento nessa área foram ínfimos;
- De outro lado, o comentário do ministro da Justiça
com ameaça de morrer provocou críticas, algumas com bastante ironia. Houve quem
afirmasse que se os ministros fizessem o mesmo tipo de declaração, quase que
uma ameaça de suicídio, haveria necessidade de a presidente Dilma Rousseff ser
forçada a promover uma ampla reforma do ministério, em face das baixas que
aconteceriam. O ministro da Saúde morreria se tivesse que utilizar a rede
pública de Saúde, tanto por causa da falta de leitos como pelo péssimo
atendimento. A falta de vagas e o péssimo estado das escolas públicas levaria à
morte o ministro da Educação. Já o ministro dos Transportes iria a óbito em
face do estado das rodovias e aeroportos no Brasil;
- Sendo assim, ao invés de ameaça de suicídio ou
ironias, cabe ao ministro Eduardo Cardozo - ele é o chefe do Departamento
Penitenciário Nacional (Depen), órgão responsável pelas execuções penais no
Brasil inteiro e que tem livre acesso a qualquer presídio na hora em que bem
entender - melhorar as condições dos presídios, até porque alguns amigos
seus de longa data em breve estarão se 'hospedando' em alguns estabelecimentos
penais e até por consideração ele deve melhorar os 'apartamentos' que eles irão
ocupar por algum tempo. Isso seria uma boa demonstração de camaradagem que ele
ofereceria aos companheiros de militância partidária, principalmente José
Dirceu.
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