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3 de janeiro de 2012

Governo faz outra vez uso político de verba contra enchentes

O uso de recursos públicos para alavancar candidaturas - incluindo-se neles os destinados a prevenção de catástrofes naturais, como enchentes - continua sendo praticado no governo da presidente Dilma Rousseff, como já aconteceu no mandato do ex-presidente Lula. Segundo o site do jornal Estado de São Paulo, Pernambuco, Estado do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, foi o principal destino de verbas do ministério comandado por ele em prevenção e preparação de desastres naturais, como enchentes e desmoronamentos. O ministro é pré-candidato à Prefeitura de Recife. O jornal informa que em obras iniciadas em 2011, Pernambuco concentrou 90% dos gastos da pasta destinados a esse fim, de acordo com levantamento feito pela ONG Contas Abertas, com base em dados do Tesouro Nacional. Pernambuco recebeu R$ 25,5 milhões, contra R$ 1,8 milhão liberado para o Paraná, dos R$ 28,4 milhões pagos em obras autorizadas em 2011 para a prevenção de desastres naturais. O restante foi para outros Estados;

No governo de Lula, a Bahia foi o Estado que mais recebeu recursos do governo federal em 2009 através do programa de "prevenção e preparação para desastres" do Ministério da Integração Nacional, segundo apontou um levantamento realizado pelo Contas Abertas. Dos gastos autorizados e pagos em 2011, Pernambuco recebeu 14 vezes mais do que o segundo colocado, o Paraná, onde chuvas fortes provocaram enxurradas e deslizamentos no ano passado. O projeto criado para reduzir danos e prejuízos provocados por desastres naturais aplicou R$ 135,1 milhões em todo o País em 2009. Desse valor, R$ 65,4 milhões, ou 48% dos recursos, foram destinados para a Bahia, onde o ministro Geddel Vieira Lima, que controlava a pasta, era pré-candidato ao governo nas eleições de 2010, quando acabou derrotado;.

Em 13 de janeiro do ano passado, depois de sobrevoar a Região Serrana do Rio, a presidente Dilma Rousseff convocou a imprensa para avisar que não permitiria a reedição de uma tragédia daquelas dimensões. Primeiro, admitiu que se tratava de um problema federal. Em seguida, prometeu acabar com deslizamentos nos morros com obras de contenção de encostas, prometeu um mundaréu de medidas preventivas, prometeu instalar redes de saneamento básico, prometeu remover os ameaçados por desastres naturais, prometeu casas para os flagelados e prometeu voltar mais tarde para inaugurar o colosso de promessas. Há poucos dias, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, apareceu no Senado informando aos milhões de moradores de áreas de risco. “Morrerão pessoas neste verão. E nos próximos”. Mercadante denominou a temporada de chuvas fortes de “extremos climáticos”, e atribuiu a culpa à natureza, comunicando que o Governo não fez nada do que prometeu. As vítimas da tragédia, que já deu sinais de que vai se repetir, estão entregues à própria sorte;

Resta-nos saber se acontecendo novas enchentes, especialmente na Região Serrana do Rio de Janeiro, a presidente Dilma vai descer outra vez de helicóptero numa das cidades da região, ao lado do governador Sergio Cabral fazendo cara de choro e outra vez anunciando a liberação de recursos, dos quais somente uma parcela será liberada e mesmo assim com chances de serem desviados para o bolso de algum prefeito desumano, como aconteceu em 2011. Em Nova Friburgo já choveu com bastante intensidade, sirenes avisaram - e também apavoraram - os moradores das áreas de risco, mas vê-se que muita cisa está como ficou no ano passado. Resta às prováveis vítimas deixar o problema nas mãos de Deus, torcendo para que não haja tantas mortes como no ano passado.

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