Jogo do Bicho legalizado poderia ser mais um jogo da Caixa
- No momento em que se divulga
amplamente a prisão de Aniz Abrahão David e o juiz da
23ª Vara Criminal, Daniel Vianna Vargas, converte em preventiva a prisão dele
em flagrante por formação de quadrilha armada ocorrida na quarta-feira por
agentes da Coinpol, volta a ser questionada e discutida e legalização do Jogo
do Bicho. Há também a ideia de transformar em crime o que agora é considerado
pela Justiça como contravenção. Na realidade, o que assusta muita gente com uma
possível legalização é em face da forte relação que existe hoje entre os
chamados 'banqueiros' e as escolas de samba, quase todas dirigidas ou
patrocinadas pelos diversos comandantes do Jogo do Bicho no Rio de Janeiro. Há
até entre os governantes fluminenses (governador e prefeito do Rio) quem nem
queira discutir o assunto, pois o carnaval carioca é um grande 'vendedor' do
Rio de Janeiro como pólo turístico;
- O
jornalista e crítico musical Nelson Motta aborda hoje esse assunto em sua
coluna no jornal 'O Globo' destaca que o Jogo do Bicho é uma das poucas
instituições no Brasil com mais credibilidade do que muitas outras, mas chama a
atenção para o fato de que seus sorteios nunca tenham sofrido nenhuma
auditoria nos seus sorteios, até porque se trata de uma atividade ilegal, uma
contravenção penal. Mas, em verdade, funciona em sua plenitude a famosa frase
que vem impressa nos talões dos apontadores: "Vale o que está escrito";
- Nelson
Motta ressalva que a legalização é urgente, mas não tem sentido manter o Bicho
privatizado, deixando-o para sempre nas mesmas mãos dos atuais contraventores,
lembrando que o Poder Público, que administra tantos outros tipos de
jogos, já tem estrutura, tecnologia e uma rede nacional, através das casas
lotéricas, que tem se mostrado eficiente. Basta que se programe a sistemática
zoológica em seus sistemas de jogos;
- Ainda de
acordo com o jornalista, a legalização poderia servir para arrecadar recursos
para o sistema público de Saúde, transformando-se numa espécia de CPMF. Quanto
ao provável desemprego dos atuais apontadores do Bicho, estes poderiam ser
credenciados pela Caixa Econômica Federal (CEF) e trabalhar, como autônomos,
utilizando modernas maquinetas eletrônicas ligadas ao sistema de loterias da
CEF, cujos talões emitidos teriam agora uma garantia estatal. A ideia não é
para ser desprezada. O Jogo do Bicho está arraigado nos costumes brasileiros e
sua legalização serviria para acabar com o poder que hoje têm os 'banqueiros'.
Há quem diga, à boca pequena, que a legalização do Bicho promoveria uma queda
na renda mensal de muitas autoridades políticas e também de muitos policiais;
- Quanto ao
patrocínio das escolas de samba, é só oferecer espaço para publicidade em
fantasias e alegorias, pois não faltaria quem quisesse expor suas marcas num
dos maiores eventos populares do mundo. É só olhar para as camisas dos
jogadores de futebol, que hoje são um verdadeiro catálogo publicitário. A
grande vantagem é que as escolas poderiam publicar balancetes sobre suas
finanças, sem necessidade de 'lavar' nenhum tipo de dinheiro. É só terem a
chamada vontade política. Concluindo, Nelson Motta diz que com a legalização e
controle pela CEF, ao invés dos atuais talões, o apostador passaria a receber
um comprovante com a frase: "Vale o digitado".
sou completamente a favor dessa ideia pois muita gente depende disso. a ideia de cadastrar os apontadores é fantastica
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