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1 de janeiro de 2010

A conta da festa

Começo o ano transcrevendo este texto de autoria de Guilherme Fiúza, da revista “Época”, que aponta uma realidade do que anda fazendo o governo de Lula, na ânsia de alavancar o nome de sua candidata à sucessão.


Alguém aí tem 140 bilhões de reais para emprestar? Não é um jeito muito simpático de começar 2010, mas é que o presidente da República deixou essa pendura para vocês.


O rombo nas contas públicas em 2009 cresceu módicos 278%. É a fartura postiça do Plano Dilma. Postiça como o próprio plano, como a própria Dilma e suas verdades de ocasião.


Mas não haverá problema. O Datafolha acaba de apontar Lula como o brasileiro mais confiável. Emprestem, portanto, esse dinheiro a ele. Deus lhes pague (sem recibo, que isso não se usa mais).


Se Deus der calote, não adianta cobrar de Lula. Os dois hoje são praticamente a mesma pessoa. Aí é rezar para Santa Edwiges.


Ou então para São Judas Tadeu, padroeiro das causas impossíveis. Ele vai dar um jeito de fazer com que essa conta feche. E com que o filho do Brasil (já em cartaz!) e sua enteada continuem distribuindo dinheiro de graça por aí, empregando a companheirada toda, e anunciando o final feliz mais barato da história.


O brasileiro é um povo consciente. Se Lula é aclamado como a pessoa mais confiável do país, provavelmente já está vigorando a lei do almoço grátis. Empanturre-se à vontade.


Não precisa enfiar a mão no bolso para pagar o banquete de 140 bilhões. Deixe que Lula faz isso por você, do jeitinho de sempre: aumenta mais um poquinho a Cide, a Cofins e outras sopas de letrinhas que você nem nota no cardápio; segura sua restituição de imposto e aplica no mercado financeiro; diminui o superávit e joga dívida para depois de amanhã, que ele não vai mais estar aí mesmo; deixa as linhas de transmissão de energia como estão e negocia um cessar-fogo com São Pedro.


Vai dar tudo certo. A ressaca será grande, mas você também não pode querer tudo. Feliz Ano Novo.

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