"O manto da impunidade é usado nas eleições para se alcançar a imunidade". A afirmação é do senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendendo a mobilização da sociedade e da classe política para aprovação do projeto de iniciativa popular que impede a candidaturas de políticos "fichas sujas" (com condenação na Justiça), como nos tempos das Diretas Já, da Constituinte e dos caras-pintadas. Como se recorda, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) entregou à Câmara dos Deputados um projeto, de iniciativa popular, com mais de 1 milhão e 300 mil assinaturas;
Para o senador gaúcho, nos últimos tempos o Brasil se preocupou muito com o eleitor, deixando, no entanto, de se preocupar em conhecer a conduta daqueles que ele escolhe no dia da eleição. E diz: "Grandes nações olham para o sistema eleitoral brasileiro. Perfeito. Voto depositado, voto contado. Mas o Brasil não se preocupou, no mesmo passo, em conhecer os eleitos". Pedro Simon disse ainda que a mobilização que gerou mais de um milhão de assinaturas de apoio à proposta e entregue à Câmara dos Deputados deve ser valorizada;
O representante do Rio Grande do Sul está à vontade para apoiar o projeto encaminhado pelo MCCE porque apresentou emenda semelhante, rejeitada pela Câmara, quando da discussão da reforma política. E lembra: "Foram mais de um milhão que aderiram ao projeto. Uma lufada de ética em muitos que serão, aprovada a lei, alcançados por ela". E Simon ainda destaca: "Para ingressar no serviço público há que se comprovar conduta ilibada. E não se faz negócio com quem tem passado que se possa condenar. Entretanto, não é assim quando se trata de um candidato a traçar os caminhos da política brasileira";
Aqueles que assinaram o projeto de iniciativa do MCCE e os que apoiam a iniciativa esperam que outros senadores e deputados, principalmente, entendam que é chegada a hora de mudar a legislação protetora de candidatos "fichas sujas" de hoje, adotando o projeto popular, sob pena de assistirem no ano que vem uma enxurrada de votos nulos e brancos, ao lado de uma renovação na composição da Câmara e do Senado nunca vista antes. Já é hora da moralização da representação popular.
Se muitas vezes os candidatos "fichas limpas" já são corruptos, imagine os "fichas sujas".
ResponderExcluirAirton
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