Indicação de ministro para o Supremo precisa ter novos critérios
- Enquanto ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF) o
julgamento do 'Mensalão do PT', lembramos que a Constituição Federal do Brasil
diz, em seu Art. 101: "O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze
Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada". O Parágrafo único do mesmo artigo estabelece: "Os
Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal". O sistema brasileiro aplicado para escolha de ministros do STF é idêntico ao que é aplicado na composição
da Corte Suprema dos Estados Unidos. Acontece que existe uma grande diferença
entre nossa cultura e a dos norte americanos. Na terra do Tio Sam, um ministro
da Corte, depois de nomeado talvez agradeça ao Presidente pela indicação, mas
certamente se surgir à sua frente algum processo contra o dirigente máximo
daquele país que mereça condenação, essa acontecerá;
- E aqui no Brasil, seria a mesma coisa? Há
controvérsias. Consta que a indicação do nome do ministro Ricardo Lewandowsky
ao Senado Federal ocorreu atendendo a pedido da mulher do então presidente
Lula, dona Marisa Letícia,que seria amiga da mãe do ministro que viria a ser
aprovado pelo Senado e posteriormente nomeado pelo presidente da República.
Outro ministro cuja presença no STF é contestada por muito é Antônio Dias
Toffoli, de apenas pouco mais de 40 anos de idade, ex-advogado de Lula, do PT,
que ainda foi integrante da cúpula do Ministério da Casa Civil de Lula, o
famoso José Dirceu. Depois da sabatina e da aprovação de seu nome pelo plenário, Toffoli foi nomeado por Lula para o cargo de
Advogado-Geral da União. O 'notável saber jurídico' do ex-advogado de Lula está
comprovado no fato de ter sido reprovado em dois concursos para Juiz de
Direito, início da carreira da Magistratura. Hoje, Toffoli tem poder para
anular sentença até de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Difícil
é acreditar que ambos tenham isenção julgando qualquer processo que possa vir a
ser prejudicial a Lula;
- Aqui no Brasil certamente que um ministro como os
dois citados sempre olhará com gratidão para com quem o fez chegar ao mais
elevado posto da Magistratura no País. Pela própria índole brasileira, nunca
agirá como os norte americanos, com independência total. Pois essas e diversas
outras razões, muita gente entende que o cargo de ministro do Supremo deveria
ser o posto máximo da carreira dos magistrados. Uma das melhores sugestões
estabelece que para ser ministro do STJ o indicado tenha que ser desembargador,
cargo destinado, por promoção, a juízes concursados. Para ser indicado para uma
vaga no Supremo, a condição obrigatória seria estar ocupando uma das vagas do
STJ. O ministro do STF já teria comprovados seu notável saber jurídico e também
sua reputação ilibada;
- Diante de tudo isso, caso a ideia fosse adotada
ninguém hoje estaria com as dúvidas que recaem sobre os ministros que julgam os
indiciados no processo do 'Mensalão do PT', como hoje acontece. Sempre
existirão dúvidas sobre a forma com que se comportarão principalmente os oito
'ministros petistas - os que foram indicados por Lula e pela presidente Dilma
Rousseff - entre os onze que compõem na mais elevada Corte de Justiça do
Brasil. Pode ser que no caso atual sejamos surpreendidos com a condenação
daqueles que andaram metendo a mão no dinheiro público, mesmo com a maioria dos
indiciados sendo membros ou ligados ao PT. Seja, então, o que Deus quiser...
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