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7 de fevereiro de 2011

Parece que Dilma quer ser ela mesma

Circula pelo Palácio do Planalto a informação de que a presidente Dilma Rousseff irá aos poucos se afastar do discurso de continuismo de Lula, o que foi exaustivamente propagado durante a campanha. Era a forma mais adequada para que o povo elegesse alguém que nunca antes havia concorrido a qualquer cargo. Tudo deu certo, e mesmo com a preocupação do segundo turno a candidata que muita gente chegou a chamar de "a mulher de Lula" tornou-se na sucessora do Presidente mais popular da história do País. A maioria dos 55 milhões de eleitores votou nela por causa da mensagem de que seria a continuadora de Lula;

O que se tem visto neste pouco mais de um mês de administração é que Dilma está impondo um estilo muito pessoal de governar, desmentido aqueles que viam nela uma espécie de "boneco de ventríloquo" de Lula, algo que positivamente não está ocorrendo. As diferenças entre Dilma e Lula já foram muito bem demonstradas no artigo de Nelson Motta transcrito aqui na postagem anterior. Não há informação concreta sobre como Lula estaria reagindo ao estilo pessoal de Dilma. Entre os petistas há alguma apreensão quanto ao que possa ocorrer no próximo dia 10, quarta-feira, nas comemorações dos 31 anos do PT, onde Lula deverá ser a estrela maior. Dando como justificativa a sua agenda, consta que Dilma não estará no evento. O que certamente dará o tom será o discurso que o ex-presidente certamente fará na oasião;

Entre as várias diferenças observadas estão a divisão dos 37 ministérios (os mesmo do tempo de lula) em quatro grupos, acabando com aquelas longas reuniões que muitas vezes nada decidiam. Também chamou a atenção o modo como Dilma resolveu acabar com a influência do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tinha Furnas como um feudo seu, embora ela tenha transferido o domínio da estatal para José Sarney (PMDB-AP), famoso pelo seu fisiologismo. Avessa aos holofotes, Dilna tem se mostrado também de modo bastante diferente de Lula, quase não aparecendo na mídia. Também agiu rápido no caso das enchentes da Região Serrana do RJ e não exoneração daqueles que andaram cometendo falhas ou fazendo declarações com as quais não concordou, da mesma forma que deu tratamento diferente aos caso de direitos humanos praticados de modo não muito democrático por governantes aos quais Lula estava sempre dando apoio;

É aguardar para ver até onde irão tais diferenças. Se Dilma continuar se impondo como sendo ela mesma, certamente que as eleições de 2014 serão bastante interessantes. Já no ano que vem tudo isso será submetido a teste nas eleições municipais. Resta torcermos para que Dilma governe a favor não dela mas sim dos brasileiros. Torcer contra ela é dar um tiro no próprio pé.

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