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21 de fevereiro de 2011

O Egito pode ser aqui

As manifestações de rua feitas pelos egípcios, que culminaram com a queda de um ditador que dirigia o país com mão de ferro por mais de trinta anos serviu como um pavio que está provocando uma série de outras manifestações principalmente em países também comandados por ditadores,  longevos ou não. Muitos estão morrendo nestas saídas do povo às ruas para protestar, pois os donos do poder reagem de modo violento, deixando claro que não pretendem "largar o osso" nem tão cedo. As notícias que nos chegam mostram pessoas de todas as idades nas ruas,muitas vezes enfrentando as tropas de peito aberto;

Há quem pergunte se isso algum dia aconteceria no Brasil. Talvez. Dependeria dos motivos e principalmente da mobilização. Mas aqui até as ditaduras sempre foram "democráticas". A famosa revolução de 31 de março de 1964 praticamente ocorreu por telefone. Um general ligou para o presidente João Goulart e deu ordem para que ele fosse até Brasília - ele estava em outro estado - e pagasse suas coisas, saindo do País em seguida. As mortes que ocorreram foram em reação aos que queriam tirar os militares do poder. Dos militares até hoje, nossos presidentes foram sempre eleitos, seja por eleição indireta ou direta e só um dos eleitos diretamente não cumpriu seu mandato integral, história recente que todos se lembram;

Existe, no entanto, alguns fatos que estão a exigir uma reação popular, exatamente contra aqueles que constitucionalmente representam o povo, os parlamentares. Está hoje na mídia a notícia de que deputados estaduais do Rio de Janeiro tem uma especial de "vale-gasolina" com uma franquia de 1.150 litros de combustível por mês, sem nenhum controle da Assembleia Legislativa a respeito de qual veículo está sendo abastecido, se no carro oficial (mais uma mordomia) ou se foi um carro de alguém parente ou amigo, por exemplo, que recebeu o benefício que é pago com dinheiro proveniente de impostos. E tem um agravante que é o fato de que se algum deputado não gastar a cota toda, a mesma pode passar para o mês seguinte. Um outro agravante é que o "vale-gasolina" é igual tanto para o parlamentar que mora na capital do Estado, a poucos quilômetros da Alerj, como para o que resida e tenha base a algumas centenas de quilômetros do Rio;

Se levarmos em conta que os deputados federais e senadores ganham mais de R$ 26 mil, fora as incríveis e vergonhosas mordomias, tais como verbas indenizatórias, telefone, passagens aéreas, plano de saúde e outras, um deputado estadual do Rio de Janeiro podem ter subsídios acima de R$ 20 mil, ou seja, 75% do que ganham seus colegas federais. O povo precisa reagir para essa verdadeira pouca vergonha continue sendo praticada. Já está chegando a hora do brasileiro também reunir multidões numa praça, a dos Três Poderes, em Brasília, para exigir o fim desses gastos excessivos que não se justificam que sejam somados aos elevados vencimentos (salários) que eles recebem. Aproveitando a ocasião, pode o povo também exigir mais seriedade no Executivo e agilidade no Judiciário, pois todos estão na mesma praça. É algo para se pensar

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