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4 de fevereiro de 2011

Dilma vai ser sempre ela mesma?

Quem escreve artigos, comentários, crônicas e outros gêneros tem momentos melhores e piores. Depende da inspiração no momento em que escreve. Isso é natural. Mas há momentos em que parece que alguém escreveu por você. às vezes são publicados textos em que outra pessoa escreve algo que você poderia também ter escrito. Pode acontecer até alguma ilustração, pois você gostaria de ter escrito algo que outra pessoa escreveu. Esse, por exemplo, é o caso de um artigo do jornalista Nelson Motta publicado hoje. A transcrição a seguir vale como se o titular deste blog o tivesse escrito, pois expressa o mesmo pensamento deste escriba:

Enfim, sós

Nelson Motta

Como é bom ter uma presidente que não vive esbravejado nos palanques e dividindo o país entre ricos e pobres, entre as elites e o povo, e culpando os adversários políticos por todos os males do Brasil.

Que delícia não ter que ouvir todo dia a presidente dizer que o Brasil começou no dia em ela tomou o poder e que os que a antecederam só lhe deixaram uma herança maldita.

Que alívio ter uma presidente que não se diz uma metamorfismo ambulante e nem tem opinião formada sobre tudo, até agora o que totalmente ignora.

Como é edificante ter uma presidente que não se orgulhe de sua grossura e ignorância e ne, deboche dos que estudaram mais.

Que sensacional é ter uma presidente que lê jornais. E livros!

Como é civilizado ter uma presidente que defende os direitos humanos, tanto em Guatánamo como em Cuba e no Irã. E que declara que o Brasil não deve dar opinião sobre tudo o que acontece em outros países.

Como é gostoso não ouvir e presidente acusar todos que não a apóiam de ter preconceito contra pobre, nordestino e operário. Ou contra mulheres de origem búlgara de classe média.

Como é moderno ter uma presidente que não chama todo mundo de companheiro, como na antiga Cuba.

Que prazer é não ter que ouvir uma presidente dizer que nosso sistema de saúde está próximo da perfeição.

Como é confortador ter uma presidente que não diz que o mensalão é uma farsa da imprensa golpista. E que não faz nomeações partidárias para o Supremo Tribunal Federal.

Como é animador ter uma presidente que não proclama que o Brasil está milionário e estabelece como lema de governo "fazer mais com menos". Que vai tirar Furnas e a Funasa dos quadrilheiros do PMDB e contratar um alto executivo para a Secretaria de Aeroportos.

Que deleite é não todos dia as páginas dos jornais e as telas de televisão ocupadas pela presidente e suas ações, opiniões e omissões.

Como é bom para a democracia ter uma presidente que não joga para a imprensa e obriga os jornalistas a correr atrás de notícias.

Que maravilha será ter uma presidente que assuma as suas responsabilidades e faça o que tem que ser feito.

Parabéns a Nelson Motta  pelo texto. Ele diz muitas verdades e, por isso, gostaria de tê-lo escrito. Resta-nos saber ser Dilma Rousseff vai continuar sendo ela mesma, como ocorre até agora, ou se dará razão àqueles que a consideravam um "poste" para ser eleita pela influência de Lula e que depois se tornaria num boneco de ventríloquo do mesmo Lula. Espera-se que que todos estejam errados.

Um comentário:

  1. Muito bom o artigo. Não votei na Dilma, mas espero que ela me surpreenda.

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