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15 de novembro de 2010

Como será o governo de Dilma?

O sociólogo francês Alain Touraine, diretor da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris) acaba de fazer uma análise sobre o que pode acontecer após a posse Dilma Rousseff como Presidente da República. Para ele, existe o perigo de acontecer um retrocesso na Brasil, afirmando: "A verdade é que não sabemos o que será o governo da nova presidente". O conceituado intelectual francês frisou que o Brasil tem um passado marcado pelo populismo, alertando sobre a existência de segmentos do PT que têm tendências para o autoritarismo. Ele ainda elogiou os governos de Fernando Henrique e Lula, destacando que FHC, em seus oito anos, construiu as instituições e que Lula, por sua vez, realizou transformações sociais, tirando dezenas de milhões de brasileiros da miséria e da exclusão. "Graças aos dois, em igual importância, o Brasil tem os elementos básicos para desenvolver um novo tipo de sociedade", enfatizou;

As apreensões de Alain Touraine ficam por conta da incógnita que é Dilma Rousseff. Ele afirma que a presidente eleita é uma invenção de Lula, que não foi autoritário, mas segmentos do PT são chegados a ideias não muito democráticas."A verdade é que não sabemos o que será o governo da nova presidente, porque ela não tem experiência política". O sociólogo francês condena a ideia de Dilma "esquentar a cadeira" presidencial por quatro anos para uma possível volta de Lula, destacando que numa democracia não pode haver presidente interino. E acrescentou: "Neste momento, Dilma é Lula. Ninguém sabe nada sobre ela. Ela pode ter tendências populistas ou fazer um fantástico governo, não sabemos";

Já foi dito aqui que ninguém deve torcer contra Dilma. Bom seria se ela fizesse realmente um excelente governo, pois quem sairia ganhando certamente seria o povo. Como bem salientou o intelectual francês, o Brasil andou para a frente nos últimos dezesseis anos. Seria altamente prejudicial para a sociedade como um todo se vier a acontecer um retrocesso. O que preocupa no momento é a verdadeira quebra de braço que se assiste entre os partidos da atual base aliada de Lula, com todos reivindicando os mesmos ministérios e alguns querendo até mais postos de comando no futuro governo. E o grande perigo está no PMDB, contumaz apoiador dos últimos governos, de qualquer tendência ideológica, numa evidente demonstração de fisiologismo explícito, bem na base do "é dando (apoio parlamentar) e se recebe (ministérios e cargos importantes)". É pagar para ver, torcendo para que Alain Touraine esteja errado em suas análises.

Um comentário:

  1. Parece que Tourraine só leu O Globo e Época e tira conculsões sobre toda a República no Brasil. E O Globo, que lhe reproduziu as opiniões, luta pela votação de um terceiro turno, ou pior: outro golpe de estado. Tourraine lembra muito a UDN, que aturou JK, mas não Jango, cria de Vargas.

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