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9 de outubro de 2012

Acordo encerra CPI do Cachoeira sem investigar políticos

  • Com o título acima, o site da 'Folha de São Paulo' nos brinda com a notícia de que o PT e o PMDB fizeram um acordo para encerrar a CPMI do Cachoeira sem levar adiante as investigações que poderiam esclarecer o envolvimento de políticos no esquema do 'empresário da corrupção' Carlinhos Cachoeira, principalmente os governadores Agnelo Queiroz (PT), de Brasília, e Marconi Perillo (DEM), de Goiás (Leia aqui). Como se sabe, os dois partidos formam maioria na comissão e temem ser atingidos pela continuidade das apurações da CPI. Quanto ao PMDB, o medo está em ser obrigado a convocar o governador peemedebista do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para explicar sua ligações com a empresa Delta, fortemente vinculada aos negócios sombrios de Carlinhos Cachoeira, em especial aquele episódio da 'turma dos guardanapos', em Paris;
  • Segundo a reportagem da 'Folha', o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), já avisou ao partido que apresentará seu relatório final em duas semanas, como estipulado pelo calendário da comissão, mesmo que haja pedidos de prorrogação das apurações. O relatório não trará novidades ao que já foi investigado pela Polícia Federal nas operações Monte Carlo e Vegas, que focaram os negócios de Cachoeira, e não nos beneficiários de seus recursos, os quais a CPI se propôs inicialmente a identificar. O esquema, segundo a apuração dos parlamentares da comissão, movimentou cerca de R$ 36 bilhões;
  • A decisão de Cunha cindiu o PT. "Se o relatório for apresentado a tempo não há porque prorrogar", defende o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). "Eu sou totalmente contra encerrar a CPI agora sem concluir as investigações", discorda o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). A ala petista favorável à prorrogação da comissão quer esticar a sangria política do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), suspeito de beneficiar Cachoeira, e avançar na investigação das ligações de jornalistas com o empresário. A 'Folha' informa que o relator age totalmente afinado com o Palácio do Planalto, que prefere encerrar os trabalhos sem expor o Governo a riscos, que ficou preocupado com o depoimento de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do DNIT, que disse ter sido antiético um pedido feito a ele para obter doação para a campanha de Dilma, em 2010;
  • O indiciamento de Perillo era dado como certo antes do recesso eleitoral, mas ontem já não era ponto pacífico. Para livrar o governador, o PSDB também entra no acordo e aceita deixar de pressionar pela prorrogação dos trabalhos. O acordo entre petistas e peemedebistas deve ser o último de uma série de acertos que, ao longo dos trabalhos da comissão, buscaram blindar políticos e empresários que poderiam deixar em má situação membros do primeiro escalão do Governo Federal. Para continuar os trabalhos, são necessárias 171 assinaturas de deputados e 27, de senadores. Se o relatório final não for aprovado em duas semanas, os trabalhos serão encerrados sem conclusão. Os trabalhos serão retomados hoje, após um mês de paralisação por causa das eleições, com o depoimento do deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), suspeito de ter recebido favores de Cachoeira. Mais uma comissão que vai terminar numa enorme pizza.

4 comentários:

  1. É hora do Serra levar esse assunto para as propagandas e campanhas eleitorais. Agora é tudo ou nada.

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  2. E tudo acabou em "pizza" novamente e vão comemorar saboreando uma bela pizza!!!
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    É o Brasil da gentalha petralha terrorista...por enquanto.
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  3. leandro Boa Vista-RR9 de outubro de 2012 às 17:22

    Só digo uma coisa; me da vergonha de ser brasileiro nesse momento. Como pode o povo eleger uma quadrilha tão grande como essa?

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  4. vai ter pizza??
    pede uns refris de soda... cáustica pra acompanhar!!

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