Lula, Gilmar e Jobim. Quem está errado? Parece que os três
- Ainda existe muita coisa a ser esclarecida nessa história do encontro do ex-presidente Lula com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), coordenado por Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, ex-presidente do STF e ex-senador. Por qual razão um ministro do Supremo vai ao encontro de um ex-presidente que é apontado como principal beneficiário do Mensalão do PT, logo no escritório de um advogado que não deveria exercer a profissão, depois de aposentado pelo Supremo, dada a condição privilegiada de que dispõe por ter sido integrante na mais alta Corte de Justiça do país? E ainda mais, por qual motivo um ex mandatário do país fica se metendo em assuntos da Justiça, logo ele que vivia criticando seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso quando este dava algum palpite, afirmando (Lula), que um ex-presidente deveria manter-se calado, cuidando dos netos? Parece, à primeira vista, que todos estão contundentemente errados;
- Está havendo uma semelhança entre o comportamento de Lula no episódio com o de Carlinhos Cachoeira, na sessão da CPMI que leva o seu nome. Algum advogado andou se espelhando no ex-ministro Márcio Thomaz Bastos e orientou Lula a ficar calado. Na época do Mensalão do PT, Lula até falou, na famosa entrevista em Paris, justificando a ação de seus aliados, fato que ele agora afirma ser uma farsa. Falou em Paris, por que? Agora, alguém redigiu uma nota na qual Lula fala até em estar indignado como a reportagem da 'Veja'. E como fica o ministro Gilmar Mendes, que deu entrevista confirmando todo o teor da reportagem? Quem está mentindo? Lula ou Gilmar? No final de tudo, observa-se que tem muita gente com medo do julgamento do Mensalão do PT pelo Supremo, fato que a cada dia que passa parece aproximar cada vez mais o início da análise do processo pelos ministros do STF;
- Se o povo vier a se interessar para que tudo seja apurado até fim, doa a quem doer, é necessária uma mobilização para exigir que a CPMI vá até onde tenha que ir. Nada de blindagens partidárias. O assunto objeto da criação e instalação da comissão já esta definido, que são as ligações de Carlinhos Cachoeira com políticos e sua influência sobre eles, que patrocinaram os interesses do 'empresário da cntravenção', bem como onde a empresa Delta Construções entre nisso tudo, haja vista o volume de bilhões de reais em contratos nas três esferas de governo do país. E a CPMI não tem que investigar praticamente nada, pois as ações de Cachoeira que desnudaram o antigo 'arauto da moralidade política', senador Demóstenes Torres, já estão explicitadas nos processos das operações que desnudaram o senador goiano e mostraram que ele é uma espécie de 'sócio' de Carlinhos Cachoeira. É só querer, e muita gente pode perder mandato e ainda ir para a cadeia;
- Mas, ao final de tudo, fica uma indagação: se o Mensalão é uma farsa, por que Lula quer adiar seu julgamento pelo STF ao ponto de tentar chantagear um ministro da Corte? Se tudo que se apura na CPMI não existiu, o que temem os partidários dos governadores envolvidos? E se a Delta não fazia jogo de interesses nem beneficiava quem quer que seja com propinas, falta o que para ir a fundo em suas contas? Não é mais hora do povo ficar omisso. Todos temos o dever de cobrar esclarecimentos, pois o que está em jogo a a malversação de dinheiro público, ou seja, que sai do bolso do contribuinte/eleitor.
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