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25 de julho de 2012

Para se reeleger ou fazer sucessor, prefeitos deixam obras para o final

O autor da charge soube retratar algo que sempre acontece
  • Por volta dos anos 1940/1950 havia uns truques dos políticos para enganar os eleitores para ganhar o voto deles. Na época não havia a possibilidade de reeleição de prefeitos, mas os que estavam em exercício procuravam demonstrar poderia político apoiando e elegendo seus sucessores. Isso marcava ponto para o prefeito, que demonstrava seu poderia político na cidade, sendo invariavelmente cooptado pelos candidatos a deputado, senador e governador do respectivo Estado. O principal truque era da encenação de possíveis obras de saneamento e pavimentação de ruas e consistia de nas vésperas do pleito colocar manilhas e meio-fios nas ruas não calçadas com a promessa de que as obras iriam começar e que se não terminassem até o fim do mandato do prefeito o sucessor por ele indicado garantir a continuidade das mesmas. Passada a eleição, nada era feito e manilhas e meio-fios eram recolhidos durante a noite sob as vistas de uns poucos;
  • Desde aquele tempo que o eleitor é enganado pelos políticos de modo descarado, mas mesmo assim ele volta a colocá-los no poder, parecendo gostar de ser manipulado e enganado. Mesmo de forma diferente, os truques para captar votos continuam. Um dos mais frequentes praticados pelos prefeitos candidatos à reeleição é segurar as principais obras e implantação de serviços para o último ano de seu mandato. Passam três anos fazendo o trivial e no final do mandato disparam a 'mostrar serviço'. Há casos em que algumas obras não são concluídas ainda no primeiro mandato dos prefeitos, que alegam melhorá-las no período seguinte, quando fazem tudo para concluí-las, ajudando a eleger como seus sucessores o candidato por eles escolhidos;
  • Parece que os eleitores estão começando a reagir a esse tipo de comportamento dos prefeitos. Já existe uma reação evidente contra esse excesso de obras em final de governo. O povo está cobrando a realização de mais obras durante todo o mandato e não apenas no seu final. Ficou marcada na história do Rio de Janeiro (a capital), quando o então preito Cezar Maia reservou mais de R$ 1 bilhão para obras no final de seu mandato, objetivando eleger como seu sucessor seu secretário de Urbanismo, Luiz Paulo Conde. Todos os cariocas da época se lembram como a Cidade Maravilhosa ficou totalmente esburacada - e também com o trânsito todo engarrafada -, tudo por contada do volume de obras realizadas no final do governo para influenciar o eleitor a eleição de seu sucessor;
  • Bom seria se o eleitorado, já este ano, começasse a observar esse tipo de comportamento, dando uma firme resposta mostrando seu repúdio ao comportamento dos prefeitos que só pensam em se manter no poder, seja se reelegendo e deixando em seu lugar alguém que vai mantê-lo na 'crista da onda' em sua cidade, seja para continuar influindo na administração municipal ou procurando se credenciar para dois anos depois tentar uma vaga de deputado estadual ou federal. Chega disso!

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