Liberar emenda parlamentar é o mesmo que comprar voto
- Há algum tempo, os orçamentos públicos eram
chamados de impositivos porque estabeleciam dotações de previsão de receita,
mas estabeleciam quais despesas deveriam ser realizadas, desde que houvesse
recursos financeiros em caixa. Atualmente, as despesas são realizadas de acordo
com a vontade política dos Executivos, ou sejam, usam as dotações como melhor
acharem, quase sempre obedecendo a critérios mais políticos do que do interesse
do povo em geral. As dotações estão no Orçamento, mas não há nenhuma obrigação
do presidente da República, governadores ou prefeitos cumpri-las. Então, quem
tem mais poder político consegue ver suas sugestões feitas através de emendas
serem efetivadas;
- No Governo Federal, por exemplo, as emendas
parlamentares são utilizadas como moeda de troca. Elas são empenhadas na medida
em que o Palácio do Planalto necessita do apoio não muito firme de sua 'base
aliada' na votação de projetos de seu interesse ou mesmo para que não vote em
determinadas propostas que não interessam ao Governo. O empenho de emendas vem
a ser um documento que garante a liberação do dinheiro previsto no Orçamento da
União e que representará o pagamento de uma obra o serviço que será do interesse
político do parlamentar, pois será aplicada invariavelmente na área geográfica
onde o mesmo tem base eleitoral. Há, ainda, os casos de malversação desse
dinheiro, que muitas vezes serve para engordar as contas do parlamentar ou
também para ser incluído na 'caixa 2' de sua campanha eleitoral;
- Em ano eleitoral, o empenho de emendas
parlamentares tem uma data limite, que são três meses antes da eleição. Com
isso, desde o último dia 7 as emendas são vedadas pela legislação eleitoral em
vigor. No entanto, no dia 6, a presidente Dilma Rousseff autorizou a liberação
de nada menos que R$ 402 milhões e 200 mil de emendas destinadas a prefeituras
de vários pontos do país, objetivando 'incentivar' o Congresso a votar ainda
esta semana a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estabelece regras para
a votação posterior do Orçamento da União para 2013. Somente nos primeiros seis
dias do mês de julho foram liberados R$ 823 milhões e 700 mil. Em junho inteiro
haviam sido empenhados R$ 789 milhões e 800 mil. Vê-se que as emendas liberadas
foram crescendo na medida em que se aproximava o prazo limite, porque de
janeiro a maio deste ano as emendas empenhadas totalizaram R$ 263 milhões e 500
mil;
- É bom que se esclareça um detalhe, o de que não é
só a 'base aliada' que se beneficia dessas liberações. É lógico que a maior
parte seja para os aliados, mas também para que os integrantes da oposição
façam acordo e não atrapalhem a votação. Traduzindo: todo mundo é 'comprado'
com a liberação das emendas. O Governo tem uma forte arma nas mãos, que é a
manipulação do dinheiro público, utilizado para atender aos interesses dos
mandatários. Não é um Mensalão, mas é muito parecido com ele.
Esse governo vai cair de tanta podridão!!!!!! O dinheiro vai acabar e a mamata também!!!
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