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16 de janeiro de 2013

Câmara e Senado vão eleger como presidentes dois praticantes de 'malfeitos'

SponHolz não erra uma
  • Este blog nunca teve a pretensão de ser recordista de acessos. Vimos que por aqui podemos ser mais um soldado na luta contra os 'malfeitos' que historicamente são praticados pela quase totalidade de nossos políticos, em especial nossos parlamentares. Por várias vezes procuramos demonstrar, por exemplo, a inutilidade do Senado Federal, propondo que nosso sistema legislativo seja unicameral. Uma Câmara com 513 deputados somados a 81 senadores é gente demais para fazer tão pouco e custar tanto aos cofres públicos, tema exaustivamente abordado aqui e numa infinidade de blogs. No entanto, a existência do Poder Legislativo é algo obrigatório para que o País se caracterize como uma autêntica democracia. Disso não podemos nunca abrir mão, pois os parlamentares são realmente os representantes do povo;
  • Outro ponto a ser ressaltado é a hierarquia existente na República, que põe o presidente da Câmara dos Deputados como terceiro na linha sucessória do Poder Executivo, seguido do presidente do Senado Federal, quando do impedimento do presidente e do vice-presidente da República. Veja-se que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) também faz parte dessa linha sucessória, mas apenas em quinto lugar. Sendo assim, deveria ser algo muito sério a escolha de quem vai assumir a presidência das duas casas legislativas, pois de uma hora outra poderão estar dirigindo o País, algumas vezes podendo ser em caráter efetivo. Uma coisa é certa, eles têm grande importância nas funções que exercem;
  • Em fevereiro, quando voltarem do recesso, deputados e senadores estarão envolvidos no processo de escolha de suas novas mesas diretores, significando que dois importantes cargos estarão sendo preenchidos nos dois Legislativos. No entanto, vê-se que a seriedade não está tendo assento nem na Câmara nem no Senado. Alguns candidatos já chegam à eleição praticamente garantidos de serem eleitos. Acordos são firmados e os observadores chegam ao ponto de antecipar os resultados das eleições para a formação das duas mesas executivas. No caso do Senado, causa espanto que o grande favorito seja nada menos que Renan Calheiros (PMDB-AL);
  • Renan Calheiros aquele mesmo que teve que renunciar ao mandato para não ser cassado e ficar inelegível, em razão de seu envolvimento com a jornalista Mônica Veloso, que recebia pensão alimentícia pagos por uma construtora que recebia dinheiro proveniente de obras nas quais Renan tinha total interesse. O futuro presidente do Senado tinha empresas com laranjas e não justificou patrimônio compatível. Livre da inelegibilidade, voltou ao Senado para mais um mandato de oito anos e hoje é favorito para retornar ao cargo que desonrou em 2007. O eleitorado de Alagoas sabe o que faz (ou não sabe), pois também é representada no Senado por outra 'ilustre' figura, que é nada menos que o ex-presidente Fernando Collor. O Brasil só pode 'agradecer' ao povo alagoano, pois quando tomam posse os parlamentares passam a representar todo o eleitorado brasileiro;
  • A Câmara dos Deputados resolveu 'competir' com Senado e tem como praticamente eleito para a presidência o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que nos últimos dias foi envolvido numa notícia dando conta de que suas emendas parlamentares e sua verba indenizatória são 'aplicadas' no Rio Grande do Norte, porém direcionadas a pagar serviços a empresas que fizeram gordas contribuições para sua campanha eleitoral, com o agravante de serem tais empresas ligadas a familiares do futuro terceiro homem da linha sucessória ou até de assessore seus no Senado. Tudo isso com dinheiro público, é claro;
  • Para tornar tudo isso mais turvo, é de se estranhar que os dois prováveis eleitos contam o a simpatia e apoio da presidente Dilma Rousseff, comprovando que a 'faxineira' do anos passado mudou seu jeito de fazer limpeza, passando a jogar o lixo debaixo do tapete, talvez já pensando na sua reeleição no ano que vem. Quanto a isso, ela depende do 'pibinho' e dos apagões de energia elétrica previstos e também do aumento do preço dos combustíveis. Tudo isso vai ser jogado contra ela, na campanha de 2014. Já quanto aos deputados e senadores, o eleitorado é que está com a palavra final. Se ele quiser, esse quadro pode começar a mudar. E, pior ainda, até o PSDB, que se diz de oposição, também apoia o candidato do PMDB á Presidência da Câmara.

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