Cai mais um ministro de Dilma, mas o 'loteamento' continua
- Nas últimas horas o noticiário político esteve farto de assuntos e a demissão de mais um ministro da presidente Dilma Rousseff andou meio que escondido na mídia, sem o destaque que aconteceu nas quedas de outros seis integrantes do primeiro escalão envolvidos em denúncias de irregularidades, principalmente desvios de dinheiro público praticados por eles ou por auxiliares diretos com a conivência dos respectivos titulares das pastas. Agora foi a vez de Mário Negromonte, ministro das Cidades, totalizando nove trocas em apenas 13 meses de governo, das quais, com a de agora, sete foram após denúncias de corrupção divulgadas pela imprensa, faltando ainda o ministro da Integração, Fernando Pimentel, também tendo que dar explicações sobre algumas 'consultorias' estranhas, mas que por seu passado de 'companheiro de armas' de Dilma Rousseff tem sido blindado por ela, que mobilizou a 'base alidada' para impedir que ele dê explicações ao Congresso Nacional. Ainda houve a necessidade de Dilma fazer três remanejamentos de ministros (Ideli Salvatti, Luiz Sérgio e Aloísio Mercadante, que trocaram de ministérios numa recomposição da equipe de Dilma Rousseff;
- Apenas os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Fernando Haddad, da Educação, saíram por motivos que não foram de 'malfeitos', como diz a presidente. Jobim, entrou em atrito com as ministras Gleisi Hoffman, (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Haddad, saiu para iniciar sua campanha de candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Como se recorda, Antônio Palocci (Casa Civil) não explicou o crescimento de seu patrimônio em 20 vezes, ocorrido às vésperas da posse de Dilma; Wagner Rossi (Agricultura) mantinha um lobista com escritório dentro do ministério; Alfredo Nascimento (Transportes) foi alvejado pelo crescimento do patrimônio de um filho em 'apenas' 86.500%; Carlos Lupi (Trabalho) andou às voltas com acusações de recebimento de propina e outros 'malfeitos); Orlando Silva (Esporte) também se envolveu com propinas relacionadas com o programa "Segundo Tempo"; Pedro Novais (Turismo) é outro que caiu vários 'malfeitos', entre eles o pagamento de farra em motel com dinheiro público; e finalmente, Mário Negromonte (Cidades), acusado de mandar fazer um relatório fajuto alterando um projeto de transporte para a Copa de 2014, em Cuiabá, com altos prejuízos para os cofres da União;
- A grande 'coincidência' está no fato de que a maioria dos praticantes dos 'malfeitos' é composta de ministros que foram indicados por Lula à sua sucessora. Para piorar o patrocínio de Lula, a maioria dos seus indicados caiu às voltas com desvios de dinheiro público para eles próprios, parentes, 'laranjas', e até para os partidos a que pertenciam. Muitos já praticavam os 'malfeitos' no governo de Lula, ficando a grande dúvida no fato de que Dilma Rousseff foi tida pelo ex-presidente com a grande 'gerentona' de sua administração, não sendo possível acreditar que ela de nada sabia do que eles faziam no governo sob sua 'gerência', a ponto de nomeá-los para sua equipe. Quem acreditar em Papai Noel, Mula sem cabeça, Saci Pererê e outros, acredite também que ele nada via sobre o que eles faziam;
- Mas o pior de tudo está no loteamento do Governo. Os ministérios não são de Dilma Rousseff, mas sim dos partidos da sua 'base aliada'. No caso mais recente, Mário Negromonte, do PP, já foi substituído por outro membro de seu partido, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, líder do PP na Câmara, este com pequeno 'detalhe'; ele é alvo de uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) por acusação de improbidade administrativa. Entre suas emendas parlamentares, a grande maioria foi destinada a cidade da Paraíba onde sua mãe é prefeita e para outra onde uma irmã dele é candidata a prefeita. Como é praxe com Dilma Rousseff - com orientação e influência de Lula, é claro -, os ministros praticam 'malfeito', mas seus substitutos vêm da mesma 'escola' e fica a expectativa de que em 2012, outros ministros venham a 'pedir pra sair' por causa de comportamento não muito republicano, expressão ao gosto dos petistas.
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