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13 de março de 2014

Tem que ter Copa, sim, e depois, muita cobrança em manifestações nas ruas

Estão acontecendo algumas manifestações tendo como tema 'Não vai ter Copa'. O Governo já anunciou que vai tomar providências enérgicas para conter manifestações violentas durante a Copa Fifa 2014. E é assim que deve agir. No ano passado, durante a Copa das Confederações, explodiram as manifestações, mas os jogos não foram afetados porque foram providenciados bloqueios nas proximidades dos estádios com rigorosa filtragem daqueles que se dirigiam aos estádios, aos quais eram exigidos os respectivos ingressos para poderem chegar até os estádios. É certo que em alguns locais houver alguma violência partindo do radicalismo dos manifestantes e também de policiais. Para a Copa, poderá haver a novidade dos Black Blocs, algo que não aconteceu no ano passado. Mas para esses a repressão programada será bem rigorosa;

A maioria dos protestos diz respeito aos gastos excessivos de dinheiro público principalmente com obras de construção e reforma dos estádios, agora pomposamente denominados arenas, alguns com valores majorados em até 100% relativamente aos custos previstos inicialmente. Pior ainda, as obras anunciadas em 2007, quando o Brasil foi confirmado como sede do evento, que trariam benefícios para o país, muitas delas sequer saíram do papel e outras ainda estão sendo tocadas com acentuado atraso, além de outras que não serão mesmo concluídas. Estão neste último caso as reformas dos aeroportos. Quando o Brasil se dispôs a sediar a Copa, o então presidente Lula anunciou em alto e bom som que todas as despesas seriam bancadas pela iniciativa privada, algo que comprovadamente não aconteceu, cabendo ao BNDES financiá-las com juros baixíssimos e com prazos de décadas para serem resgatados;

Apesar disso tudo, não tem cabimento a não realização da Copa. Seria a pior coisa que poderia acontecer para a imagem do Brasil no resto do mundo. Seria o maior desperdício de todos os tempos se 12 arenas não fossem utilizadas. Tem, sim, que se exigir do Governo que os benefícios aconteçam. Também têm que ser responsabilizados quem tenha colaborado para tais majorações. Mais ainda, têm que ser punidos os que tenham lucrado de modo escuso com propinas oriundas das exageradas majorações dos custos da Copa, fazendo-os devolver à União aquilo que entrou em suas contas de modo indevido;

O brasileiro é um povo dos mais fanáticos com o futebol. O sonho de ganhar uma copa no Brasil para apagar a decepção de 1950 está no imaginário de muita gente que vai torcer para que isso aconteça. No entanto, se o hexacampeonato acontecer, depois de devidamente comemorado o povo deve retornar às ruas para exigir ações do Governo naquilo que falta à população: Saúde, Educação, Segurança, Transporte e outras necessidades. Tudo sem violência, mas com muito rigor. Em outubro haverá eleições e os políticos estarão certamente muito sensíveis a essas exigências até por extinto de sobrevivência. Então, vamos torcer, mas vamos cobrar.

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