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3 de fevereiro de 2015

Dilma vai passar sufoco tanto na Câmara como no Senado

  • Pode parecer que a reeleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado Federal represente uma vitória do Governo para compensar a fragorosa derrota que foi a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o comando Câmara dos Deputados. Afinal, Renan tem sido um forte colaborador de Dilma Rousseff, conduzindo a favor dela as votações mais complicadas, seja garantindo resultados ou não pondo em pauta, ou, como no caso da alteração da LDO, até ferindo a Constituição;
  • Na verdade, a eleição de Renan pode ser na realidade o que chamam de "vitória de Pirro". O senador alagoano recebeu um autêntico cheque em branco do próprio Governo para cobrar "dividendos" fisiológicos cada vez que tiver necessidade dos serviços do presidente do Senado. Conforme a complexidade do assunto a ser votado, haverá casos em que a compensação terá que ser maior do que os R$ 700 mil de emendas parlamentares distribuídos na votação da LDO;
  • Quanto à derrota na Câmara, o prejuízo será maior. Primeiramente, Dilma vai sempre torcer pela boa saúde do seu vice, Michel Temer, que se não puder assumir o cargo de presidente deixará a cadeira para Eduardo Cunha. Além disso, o presidente da Câmara certamente vai atazanar a vida de Dilma, que é sua inimiga declarada e que sempre o tratou de modo grosseiro;
  • Para tentar derrotar Eduardo Cunha, a presidente mobilizou até ministros e ofereceu liberação de emendas, mas a derrota veio com números incontestáveis. Antes ela não tivesse tentado interferir em assuntos que são exclusivamente do Legislativo. Agora, que se vire. O que não vai faltar são problemas políticos para Dilma resolver.

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