O ministro da Defesa, Nelson Jobim, é uma personalidade nacional, com passagens destacadas nos três Poderes. Foi deputado constituinte, relator da atual Constituição, ministro da Justiça, ministro do Supremo, onde foi presidente. Comparecendo à CPI do Grampo, na Câmara, falou algo que deixou a opinião pública perplexa e até revoltada.;
Nelson Jobim preconizou a mudança da lei para obrigar a imprensa a revelar suas fontes de informação. O retrato da repercussão pode ser vista nas cartas de leitores de "O Globo", por exemplo, em sua edição de hoje;
Numa carta o leitor diz: "É a terceira, e não será a última vez, que este governo tenta calar a imprensa. Desculpe, ministro da Defesa.Tal atitude será o mesmo que obrigar o padre a dizer o nome do confessor ou exigir que o Disque-Denúncia identifique o denunciante";
Já um outro declara: "O ministro poderia aproveitar e defender também a quebra do sigilo bancário de todo ocupante de cargo público", acrescentando: "E, mais, todos deveriam ter seus contracheques publicados na Internet";
A revolta continua com o desabafo de outro leitor: "Com tanta corrupção neste país, vem agora o ministro da Defesa levantar a hipótese de o Congresso defender mudanças na legislação para ceifar o sigilo da fonte de jornalistas";
De modo bastante veemente, outro leitor escreve dizendo: "Depois de termos vivido 15 anos da ditadura Vargas e os anos de chumbo, iniciados em 1964, vejo a atitude do ministro Jobim como uma postura tão capenga como perigosa, diante da atual condição de plena liberdade em que vivemos. Jornalismo livre é a ferramenta básica de uma democracia";
Vê-se, portanto, que o ministro Nelson Jobim perdeu uma boa oportunidade de ficar calado.
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