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21 de outubro de 2017

Pode o réu ficar de bate-papo com o juiz que vai julgá-lo?

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes não para de se protagonista de fatos nada condizentes para um integrante da mais alta Corte do país. Durante as discussões sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi constatado que o magistrado teve contado com o senador tucano através de 46 contatos via WhatsApp. Não haveria nada demais nisso se Gilmar Mendes não tivesse em suas mãos nada menos que quatro processos contra o parlamentar mineiro. E a ética, como é que fica, ministro? E ele ainda protestou contra a revelação de seus contatos, dizendo ter havido um exagero, porque não foram 46, mas “apenas” 22. Quer dizer, então, que um réu pode bater dezenas de papos com um juiz que está às vésperas de prolatar sentenças sobre crimes que ele teria cometido. Nos últimos dias, Gilmar Mendes tem se notabilizado por assumir a função de “Soltador-geral da República”, como foram os casos da revogação de duas prisões do empresário Jacob Barata com quem tem ligações familiares, e também a absolvição da chapa Dilma-Temer, mesmo com inúmeras provas de prática de crime eleitoral pela dupla. O número de ligações é maior do que muita gente recebe com o humorista e cantor Moacir Franco oferecendo e falando maravilhas sobre o Omega-3. Quanto ao mais, surge uma agradável surpresa. A nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, da qual muita gente desconfiava  que poderia ser uma espécie de aliada aos envolvidos da Operação Lava-Jato, está se mostrando como muito mais “Caxias” que seu antecessor, Rodrigo Janot, com sua coleção de “flechas”, algo que está provocando muita insônia em gente do PT, PSDB, PMDB, PP e mais um vasto leque de integrantes da verdadeira Organização Criminosa (Orcrim) que toma conta do país. Apesar de Gilmar Mendes, está em nossas mãos caprichar nas escolhas dos nomes que estarão nas urnas em 2018, procurando afastar da vida pública e fazendo recolherem-se à privada (em todos os sentidos) aqueles que somente pensam em seus interesses, pouco cuidando do povo que os elege.

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