Uma pesquisa
realizada pelo Instituto Datafolha revelou que sete em cada dez brasileiros se
dizem contrários à reforma da Previdência. A rejeição entre os funcionários
públicos chega a 83%. A taxa é alta entre mulheres (73%), brasileiros que
recebem entre 2 e 5 salários mínimos (74%), jovens de 25 a 34 anos
(76%) e os com ensino superior (76%). Apesar do índice de rejeição, a
maioria dos entrevistados concordou com alguns tópicos
que ainda estão em discussão no Congresso, como, por exemplo, as regras
diferenciadas que permitem aos professores se aposentar cinco anos mais cedo do
que outros trabalhadores. A proposta original do Governo previa que os
requisitos para aposentadoria seriam os mesmos para todas as profissões,
gêneros e setor de trabalho, com exceção de policiais militares estaduais e
membros das Forças Armadas. No caso dos trabalhadores rurais, 52% dos
brasileiros querem que eles continuem se aposentando mais cedo, condição também
mantida no projeto do relator da reforma na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA). A
reforma da Previdência foi proposta pelo governo em dezembro de 2016, com a
justificativa de que o envelhecimento da população brasileira tornará suas
contas insustentáveis. O projeto atualmente em discussão na Câmara dos
Deputados, que já sofreu alterações na proposta original do Governo, precisa
ser aprovado por 60% dos deputados e dos senadores em duas votações para entrar
em vigor. Foram feitas 2.781 entrevistas em 172 municípios pelo
Datafolha em dias anteriores às manifestações da greve geral ocorridas na
última sexta-feira.
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