Pode parecer
incrível, mas manifestantes se enfrentaram na tarde hoje em frente ao prédio da
Justiça Federal do Paraná, onde o ex-ministro José Dirceu esteve para colocar a
tornozeleira eletrônica, conforme determinou o juiz Sergio Moro, após decisão
da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de revogar, ontem, a prisão
do petista, que chegou ao local num carro da Polícia Federal (PF). Do lado de
fora, agentes tiveram que criar um cordão de isolamento para separar pessoas
que protestavam a favor e as que criticavam a decisão do Supremo, que suspendeu
a prisão preventiva do ex-ministro, detido desde. Moro determinou que, além do
uso da tornozeleira eletrônica, o ex-ministro não poderá deixar a cidade de sua
residência, em Vinhedos, São Paulo. Na noite ontem, a Segunda Turma do Supremo
havia revogado, a prisão preventiva dele, que está preso desde 2015
no Complexo-Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Moro
também determinou que Dirceu ficasse proibido de se comunicar, por qualquer
meio, com acusados ou testemunhas das ações penais do qual é alvo na Lava-Jato,
bem como com pessoas que possam intermediar qualquer tipo de comunicação, com
exceção das testemunhas de defesa arroladas do ex-ministro, que também deverá
comparecer a todos os atos do processo, além de atendimento às intimações,
salvo em caso de dispensa pela Justiça. Dirceu também fica proibido de deixar o
país e deverá entregar em juízo passaportes brasileiros e estrangeiros. O juiz federal não exigiu pagamento de
fiança para que Dirceu deixe a prisão por entender que já há ação de sequestro
de bens proposta contra ele. Em maio do ano passado, Dirceu foi condenado a 23
anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na sentença,
Moro decidiu manter a prisão preventiva. Posteriormente, o ex-ministro da Casa
Civil teve a pena reduzida para 20 anos e 10 meses. Ele foi acusado de receber
mais de R$ 48 milhões por meio de serviços de consultoria, valores que seriam
oriundos de propina proveniente de esquema na Petrobras, de acordo com os
procuradores da Lava-Jato.
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