“Todos estão
prontos para fazer o que é mau. Autoridades exigem dinheiro por fora, e juízes
recebem presentes para torcer a justiça. Os poderosos contam como vão
satisfazer os seus maus desejos. Todos planejam fazer coisas más.” (Miquéias
7:3). Estão faltando Bíblias nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário?
Ou será que Miquéias escreveu isso há poucos dias? Convém lembrar que Miquéias é um personagem bíblico, profeta do século VIII a.C. Este versículo está
bastante atual se levarmos em conta o que vem sendo revelado ao Brasil nos
últimos dias. É triste, mas o que vemos nos últimos dias em Brasília é a
tentativa e o esforço de parlamentares para aprovação de projeto de lei que
conceda anistia a ex-presidentes da República que tenham cometido ‘malfeitos’,
como Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer, evitando que sejam presos. Também buscam
aprovar lei anistiando atuais e antigos parlamentares que utilizaram dinheiro
proveniente de ‘Caixa 2’ em campanhas eleitorais já apuradas e nas que venham a
ser descobertas. Também não é nada interessante sabermos que dois ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e Dias Toffoli – aquele que não
nega sua condição de petista desde o julgamento do ‘Mensalão do PT’ –, maquinando
uma mudança de decisão do STF estabelecendo que qualquer condenado em 1ª instância
poderá ser preso após confirmação da pena em 2ª instância. Gilmar Mendes quer
que a decisão final caiba a uma terceira instância. Se tal medida for aprovada,
ela terá efeito de um tiro na Operação Lava-Jato, porque a grande maioria dos
que estão atrás das grades arguirá isonomia, sendo soltos e podendo até
destruir provas que impeçam a conclusão de futuras investigações. Pela forma
correta como vem se comportando, esperamos que a presidente do STF, ministra
Cármen Lúcia sequer coloque em pauta tal absurdo Caso contrário, só nos restará seguir o que
disse um dia o escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues: sentar no meio-fio e
chorar.
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