A melhor coisa que o ainda presidente Michel
Temer deve fazer para poder permanecer mais algum tempo no cargo e parar de
fazer pronunciamentos tentando desqualificar as delações dos irmãos Joesley e
Wesley Batista, donos da empresa JBS. Cada declaração de Temer serve para
afundá-lo cada vez mais no mar de lama em que se meteu. É que ele alega que
tudo é mentira, mas nada diz sobre o conteúdo da gravação, onde suas respostas não
deixam nenhuma dúvida em relação à sua intimidade de mais de 20 anos com
Joesley. Como Michel Temer explica sua preocupação em saber se o empresário
tinha sido visto ao entrar na garagem do Palácio Jaburu, por volta das 11 horas
da noite, ouvida claramente no áudio revelado? Ao contrário, Temer demonstra alívio quanto à
essa constatação. Por quê ele entra na residência oficial do presidente da
República sem ter sua presença registrada? Tudo complica mais ainda a vida do
presidente quando se sabe que a JBS foi a maior doadora para sua campanha à
vice-presidência da República em 2014;
Num dos seus desastrados pronunciamentos,
Michel Temer sataniza o empresariado brasileiro, taxando-o de corruptor. Ora,
não existe corrompedor em que haja alguém que se deixe corromper, ou seja, um
corrupto. Não dá para satanizar quem abre frentes de trabalho para milhares de
pessoas, diminuindo uma parte do total de cerca de 20 milhões de desempregados
por força das falcatruas do Governo que levaram o país a viver uma das maiores
crises econômicas dos últimos tempos. O que precisa ser visto é o fato de a JBS
ter conseguido tornar-se numa empresa gigantesca nos Estados Unidos, com
milhares de empregados – não são brasileiros, é óbvio –, porém através de
financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
com juros minguados e com longo prazo para pagar, talvez até à terceira e
quarta geração da família Batista, tudo patrocinado pelos governos de Lula e
Dilma e mantido por Michel Temer. Não é por outro motivo que diariamente
partidos e políticos até então aliados estão abandonando Michel Temer, cujo
mandato fica cada vez mais insustentável. E aí, volta a grande dúvida: que
poderá substituí-lo? Só nos resta cantar: “Segura da mão de Deus”.
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