Os ministros da 2ª Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiram hoje revogar a ordem de prisão do juiz Sergio
Moro e determinar a libertação do ex-ministro José Dirceu, preso
preventivamente desde 2015 e já condenado duas vezes na Operação Lava-Jato. A
decisão foi tomada pelo voto favorável de três dos cinco ministros da 2ª Turma:
Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. O relator da Lava-Jato no
STF, Edson Fachin, e o ministro Celso de Mello, votaram por manter Dirceu
preso. Os ministros também decidiram que o juiz Sergio Moro pode determinar
outras medidas cautelares menos graves que a prisão, como o uso de tornozeleira
eletrônica, por exemplo. Os argumentos usados para libertar Dirceu foram de
que, por ele já ter sido condenado em dois processos, seria improvável que ele
conseguisse interferir nas investigações, por exemplo, por meio da ocultação de
provas ou intimidação de testemunhas. Além disso, os ministros consideraram
também que os crimes pelos quais ele foi acusado não são recentes, o que
enfraqueceria o argumento da necessidade de mantê-lo preso preventivamente como
forma de evitar que ele voltasse a praticar crimes. Último a votar, o ministro
Gilmar Mendes (sempre ele) desempatou o julgamento afirmando que, apesar da gravidade dos
casos de corrupção, o Supremo deveria julgar com base no que diz a lei. "Não
podemos nos ater à aparente vilania dos envolvidos para decidir acerca da
prisão processual", disse. "A missão desta Corte é aplicar a
Constituição, ainda que contra a opinião majoritária, e neste caso estou me
referindo à opinião pública", afirmou o ministro. Em seu voto,
Mendes lembrou que no julgamento do “Mensalão do PT” pelo STF, classificado por
ele como o caso criminal mais importante julgado pelo Supremo, não foram
decretadas prisões preventivas dos investigados. "As penas só foram aplicadas
após a decisão", disse o ministro.
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