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7 de abril de 2017

Pezão defende Cabral e nega que ambos tenham recebido propinas

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), prestou depoimento ontem, na sede do Ministério Público Federal (MPF) da capital fluminense, como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso desde outubro do ano passado na Operação Calicute. Como seria de se esperar, Pezão negou ter conhecimento sobre qualquer repasse de propina a Cabral enquanto foi governador do estado, ao ser questionado, em videoconferência, pelo juiz Sergio Moro, se Cabral já havia feito algum comentário sobre as propinas. O governador confirmou que fez reuniões com integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), mas rechaçou que tenha discutido repasse de propinas oriundas do esquema de Sérgio Cabral e que envolvia conselheiros do tribunal presos na semana passada na Operação O Quinto do Ouro. Ele comentou as acusações: "Essa reunião foi para cobrar porque todos nós éramos cobrados tanto pela população, nos atrasos de obras e pela demora na liberação de recursos que vinham de Brasília e que submetíamos ao TCE. O motivo da reunião foi esse", disse Pezão, acrescentando que vai processar quem o acusou de ser beneficiário de propinas em torno de R$ 900 mil para pagamento de despesas pessoais. "Vou processar quem falou, mas não tive acesso (à delação), quem falou que eu recebi", acrescentou;

Em delação premiada, Jonas Lopes Neto, filho do ex-presidente do TCE-RJ, Jonas Lopes, disse que o governador teria recebido R$ 900 mil em recursos ilícitos por meio de seu subsecretário de Comunicação, Marcelo Amorim. Mais uma vez Pezão desmentiu: “É uma mentira deslavada. Eu nem conheço Jonas Lopes Neto. O Marcelo já depôs. Eu tenho muita tranquilidade quanto a isso. Quem conhece a minha vida, conhece o meu padrão de vida. Isso aí foge a qualquer propósito. A única coisa que eu sei é que vou processá-lo pela mentira. Eu tenho uma vida pública de 32 anos e vocês nunca vão me ver fazer uma ação como essa”. Referente à suspeita de superfaturamento na terraplanagem do Comperj, Pezão classificou de mentira. Perguntado se acreditava na inocência do ex-governador Sérgio Cabral, de quem foi vice, e que atualmente está preso em Bangu 8, Pezão respondeu: “Estão dando o direito dele se defender. Eu convivi com o homem público Sérgio Cabral, com a família dele eu tenho um profundo respeito. Se ele errou, cumpra as penas que têm de ser cumpridas”. Pezão vai depor novamente à Justiça Federal hoje, desta vez ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal. Ele novamente será testemunha de defesa de Sérgio Cabral em processo por corrupção, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional dentro da Operação Calicute, um desdobramento da Lava-Jato, realizada em novembro de 2016 e que levou Cabral à prisão.

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