Após 21 anos de regime militar, com a promulgação
da nova Constituição Federal, que Ulisses Guimarães intitulou de “Cidadã”, teve
início um novo Brasil, e as eleições de 1989 marcariam a primeira demonstração
de que estávamos vivendo num país democrático. Então o eleitorado brasileiro,
talvez desacostumado com a prática de eleger para a Presidência da República um
cidadão que cuidasse dos interesses do povo, caiu no conto do vigário e elegeu
o candidato que fora mais bem apresentado pelo marketing eleitoral. Assim é que
Fernando Collor saiu vitorioso, mas pouco tempo depois se viu que a embalagem
era bonita, mas o conteúdo era podre. E então, Collor, primeiro presidente da
República eleito no novo regime democrático acabou sendo também o primeiro a
ter seu mandato cassado pelo Congresso Nacional, por crime de corrupção. Depois
dele, tivemos também a cassação de Dilma Rousseff, pelo mesmo motivo. Bom seria
se tivéssemos uma nova Constituição, mais enxuta – a atual já tem nada menos
que 98 emendas, além de centenas de outras em tramitação –, para que em 2018 o
povo, alertado pelos episódios atuais, fizesse uma escolha melhor, agora que é
muito bem informado sobre as falcatruas praticas pelos políticos, algo que não
ocorria em 1989. É certo que está difícil achar hoje algum politico que possa
dirigir os destinos da nação. Os nomes que até há pouco eram chamados de presidenciáveis
estão queimados depois de tantas delações. Só o fato de estarem sendo
investigados já seria um motivo de restrições, pois sendo eleitos poderiam entrar
em pouco tempo na lista dos de mandato cassado. Cabe à opinião pública procurar
uma agulha no meio do palheiro, tanto no Executivo, no Legislativo e também no
Judiciário. O que não se pode é errar outra vez, como tem acontecido desde
1989.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não saia do Blog sem deixar seu comentário