“Há males que vêm pra bem” é um antigo ditado que, no entanto, é sempre
atual. Esse foi o motivo que levou o ministro Edson Fachin, relator da Operação
Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu abrir 76 inquéritos contra
políticos a partir do conteúdo da delação da Odebrecht e determinou o fim do
sigilo de 74 e manteve apenas dois sob sigilo. Além disso, ele determinou o
arquivamento de sete fatos informados pelos delatores, nos quais a própria
Procuradoria-Geral da República (PGR) não viu indícios para justificar
investigações. Foram remetidas a outras instâncias do Judiciário 201 petições,
com fatos que incriminam pessoas sem direito ao foro especial. Fachin também
devolveu à PGR 11 petições para que os investigadores expliquem melhor os
indícios encontrados. O ministro ainda manteve sob sigilo 25 petições abertas
no STF. O ministro deverá divulgar oficialmente em breve o nome de todos os
investigados. Fachin planejava dar publicidade ao material somente depois da
Páscoa. No entanto, como o jornal “O Estado de São Paulo” obteve o conteúdo na
íntegra, o ministro decidiu antecipar a divulgação. Segundo o “Estadão”, o
presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), e o presidente do PMDB, Romero Jucá (RR),
são os políticos com o maior número de inquéritos, cada um com cinco. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
ex-presidente do Senado, vem em seguida, com quatro. Os despachos do ministro
foram assinados eletronicamente no dia 4 de abril. Ainda de acordo com a
reportagem, um ministro do Tribunal de Contas da União e três governadores
também serão investigados no Supremo, além de outros 24 outros políticos e
autoridades que estão relacionadas às denuncias, mas não possuem foro
privilegiado. Segundo a reportagem, serão investigados no STF os ministros:
Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil; Moreira Franco (PMDB), da
Secretaria-Geral da Presidência da República; Gilberto Kassab (PSD), da Ciência
e Tecnologia; Helder Barbalho (PMDB), da Integração Nacional; Aloysio Nunes
(PSDB), das Relações Exteriores; Blairo Maggi (PP), da Agricultura; Bruno
Araújo (PSDB), das Cidades; Roberto Freire (PPS), da Cultura; e Marcos Pereira
(PRB), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Padilha e Kassab responderão
cada um em duas investigações. Como sempre acontece, quase todos se apressaram
em dizer que provarão na Justiça que tudo é mentira. Quem acredita no Coelhinho
da Páscoa. Papai Noel. Saci Pererê etc. pode crer que eles estão falando a
verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não saia do Blog sem deixar seu comentário