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18 de abril de 2017

O Brasil anda tão pelo avesso, que ser honesto é motivo de repreensão

De todas as crises que são divulgadas a cada dia no Brasil, a maior delas – certamente também é a pior – é a moral e ética. Por causa dos exemplos vindos das mais altas esferas dos Poderes da República, a maioria dos cidadãos se sente no direito de achar que ser honesto é errado. O fato que está tendo grande repercussão na mídia é o que aconteceu com o jogador Rodrigo Caio, do São Paulo, que fez o árbitro cancelar o cartão amarelo que havia aplicado erradamente ao seu colega rival Jô, atacante do Corinthians, que seria o terceiro e causaria sua suspensão automática para o jogo de volta, uma vez que os são-paulinos perderam por 2 a 0, e o desfalque do centroavante seria benéfico para o São Paulo. Aí é que aparece a crise moral que estamos vivendo. Consta que vários companheiros recriminaram Rodrigo Caio pelo gesto de honestidade. Há quem diga que até o técnico Rogério Ceni, o tenha repreendido. Jogadores de outros clubes se dividiram, com uns elogiando e afirmando que fariam a mesma coisa, e outros, contestando, dizendo que ele se preocupou com sua imagem e esqueceu-se dos interesses do grupo, acrescentando que ficariam calados, botando tudo na conta do árbitro, que entraria na estatística de erros grosseiros que vêm cometendo nos últimos tempos. Hoje vemos jogadores com 15 anos fazendo simulações e iludindo árbitros, com certeza estimulados pelos seus “professores” nas categorias de base. A coisa anda ultimamente tão séria, que há algum tempo um gari que achou no lixo uma carteira com uma boa quantidade de dinheiro fez de tudo para encontrar o dono até conseguir devolver o que não lhe pertencia, e foi recebido por uma autoridade em solenidade pública. Os maiores incentivadores de tudo isso são os políticos que roubam dinheiro público, que precisam ser banidos o quanto antes para deixar de dar maus exemplos à sociedade, principalmente aos mais jovens.

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