As delações
premiadas estão revelando diariamente algumas surpresas e, ao mesmo tempo,
trazendo revelações inesperadas. Como exemplo, um dos maiores apoiadores da
Operação Lava-Jato no Congresso Nacional, o deputado federal Onyx Lorenzoni
(DEM-RS) será agora investigado por ela. O ministro Edson Fachin, do Supremo
Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura do inquérito de número 4.400,
contra o deputado gaúcho. Interrogado, o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino
Alencar, colaborador da Lava-Jato, disse ter se aproximado de Onyx em reunião
em Porto Alegre. Ele teria dito ao parlamentar: "Estamos percebendo o seu desempenho, a sua conduta, e nós
gostaríamos determos aí como um parceiro futuro nas suas atividades como
deputado federal", diz trecho da delação de Alexandrino. Conforme o dirigente
da empreiteira foi firmado um acordo pelo qual, a pretexto de auxílio para a
campanha eleitoral a deputado no ano de 2006, Onyx recebeu R$ 175 mil. A
operação está registrada no sistema "Drousys" – trata-se do setor de
informática secreto da Odebrecht – e não foi informada à Justiça Eleitoral,
segundo Alexandrino. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o
enquadramento do deputado em crime eleitoral de “Caixa 2”. O deputado afirmou
que nunca esteve com ninguém da Odebrecht e que desconhece as pessoas que o
acusam. "Tenho absoluta
tranquilidade dos meus procedimentos e vou em busca dos esclarecimentos. Se
necessário, vou abrir mão do meu foro privilegiado. Devo isso aos meus
eleitores, que confiaram em mim", disse o parlamentar gaúcho. Onyx ainda afirmou que, no caso
do surgimento de provas, ele deixaria o cargo. Quanto a uma possível renúncia
ao mandato eletivo, quem quiser que acredite.
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