Começou hoje, no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), o julgamento do pedido de cassação da chapa Dilma
Rousseff/Michel Temer, por crime de abuso de poder econômico na eleição de
2014. O processo é de inciativa do PSDB, que pretendia anular o resultado do pleito,
reivindicando que a vitória fosse atribuída ao seu candidato, senador Aécio
Neves (PSDB-MG). Hoje, os tucanos são os principais aliados do presidente
Temer, que assumiu a presidência com a cassação do mandato de Dilma. Para
complicar mais ainda, a Operação Lava-Jato revelou que a campanha deles foi
financiada com dinheiro sujo proveniente de propinas com desvios da Petrobras.
Porém, o processo acabou tramitando, e agora, tanto a defesa de Dilma como a
Temer procuram de todos os modos adiar a conclusão, algo que foi conseguido
hoje. O TSE, após votos de ministros e pedidos da defesa, aprovou que novas
testemunhas sejam ouvidas e também um prazo de cinco dias para as alegações
finais no julgamento da chapa. A sessão de julgamento da ação em que o PSDB pede
a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de 2014,
começou com meia hora de atraso, com a leitura do relatório, o resumo de toda a
tramitação do processo, pelo relator, ministro Herman Benjamin;
Há uma variedade de
hipóteses sobre o que possa acontecer no final do julgamento. Em decisões
anteriores, a Justiça Eleitoral TSE cassou o mandato do titular e do vice,
porém tornando o titular inelegível, mas mantendo os direitos políticos do
vice. Nesse caso, Dilma ficaria inelegível, mas Temer, se quisesse, poderia
tentar a reeleição. Na verdade, ficamos numa encruzilhada, porque no caso
de condenação dos dois, teremos uma eleição indireta, com uma grande quantidade
de parlamentares indiciados na Lava-Jato elegendo possivelmente um deles para
um mandato-tampão. A defesa do presidente da República luta para separar as
contas dele das de Dilma, mas fica difícil acreditar um não tivesse
conhecimento dos recursos para a campanha, e muito mais das origens dos mesmos.
As deleções premiadas, em especial as do principal assessor do presidente José
Yunes, são bastante claras e mostram que a dupla foi eleita com dinheiro sujo
de propinas vindas das empreiteiras. Não pode se desprezar o fato de que o
senador Renan Calheiros (PMDB-AL) começou a ensaiar uma briga como Temer,
usando o mesmo expediente que aplicou no impeachment de Fernando Collor, do
qual era líder parlamentar, quando teve seus interesses pessoais contrariados,
como agora. E o mais interessante é ver que o PT, até então chamado de partido
da oposição está na mesma trincheira do PMDB, que a esta altura não é mais
chamado de golpe.
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