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5 de dezembro de 2018

Lava-Jato investiga propinas de US$ 31 milhões na Petrobras

A 57ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Operação Sem Limites, deflagrada hoje pela Polícia Federal (PF), investiga o pagamento de pelo menos US$ 31 milhões em propinas para operadores e então funcionários da Petrobras, entre os anos de 2009 a 2014. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), essas propinas foram desembolsadas por grandes empresas do mercado de petróleo e derivados, conhecidas como tradings. Os policiais federais cumprem, desde as primeiras horas da manhã de hoje, 11 mandados de prisão, todos em endereços no Rio de Janeiro, e 26 de busca e apreensão. Entre as empresas, estão a Vitol, Trafigura e Glencore. Segundo as investigações, há suspeita de que, entre 2011 e 2014, elas fizeram pagamentos de propinas nos valores de. respectivamente, US$ 5,1 milhões, US$ 6,1 milhões e US$ 4,1 milhões, relacionadas a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem. O MPF diz que as provas apontam que havia um esquema em que empresas investigadas pagavam propina a funcionários da Petrobras para obter facilidades, conseguir preços mais vantajosos e realizar contratos com maior frequência. A procuradora da República Jerusa Burmann Viecili, que integra a força-tarefa da Lava-Jato no MPF em Curitiba, informou que as operações da área comercial da Petrobras no mercado internacional constituem um ambiente propício para o surgimento e pulverização de esquemas de corrupção, já que o volume negociado é muito grande e poucos centavos a mais, nas negociações diárias, podem render milhões de dólares ao final do mês em propina. Já o procurador da República Athayde Ribeiro Costa ressalta que trata-se de esquema criminoso praticado ao longo de anos, com envolvimento de empresas gigantes de atuação internacional, parte delas com faturamento maior que o da própria Petrobras.

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