A procuradora-geral
da República, Raquel Dodge, pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) que
restaure a prisão preventiva de Jacob Barata Filho, o famoso "rei dos
ônibus", que foi solto no último sábado pelo ministro Gilmar Mendes. Esta
é a terceira vez que o magistrado concede habeas corpus ao seu amigo
empresário. Raquel Dodge argumentou que não era da competência de Gilmar Mendes
decidir sobre o o habeas corpus, pois a atribuição é do ministro
Dias Toffoli, a quem cabe analisar os casos da "Operação Cadeia
Velha", que prendeu Barata, e que já negou pedidos de soltura dos
deputados Jorge Picciani e Paulo Melo. Vê-se que o "soltador-geral da
República", padrinho de casamento de uma filha do empresário com um
sobrinho de sua mulher, Guiomar Mendes, é claramente suspeita, ao ponto de
passar por cima da competência de outro ministro e de tribunais aos quais
compete a decisão. Mais uma vez fica evidente que o ministro Gilmar Mendes está
precisando ser devidamente enquadrado pelo STF e pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Com a palavra a ministra Cármen Lúcia, presidente dos dois órgãos. Ela
não pode mais ficar omissa, sob pena de colaborar com a desmoralização do Poder
Judiciário.
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