Todos sabem
que o Supremo Tribunal Federal (STF) é composto de 11 ministros, mas há um que
parece ter poder maior que os demais: Gilmar Mendes. Ele faz o que bem entende
em decisões monocráticas, mandando soltar presos e concedendo habeas corpus em
benefício de presos com os quais tem ligações pessoais. A Procuradoria-Geral da
República (PGR), no tempo de Rodrigo Janot, pediu o impedimento do magistrado,
mas o STF teve receio de ofendê-lo e até hoje o pedido está perdido numa gaveta
de algum ministro. O último show de Gilmar Mendes foi bastante
"produtivo". O primeiro número foi proibir a condução coercitiva, com
o que bandidos de colarinho branco envolvidos na "Operação Lava-Jato"
devem ser avisados do dia em que deverão depor, dando chance para seus
advogados formular a defesa, sumir com documentos comprometedores e
providenciar a fuga do Brasil do seu cliente. No show de ontem também foram
soltos o ex-governador Garotinho, Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador
Sérgio Cabral, e mais alguns empresários que andaram cometendo falcatruas.
Aliás, mesmo em recesso do Judiciário, Gilmar Mendes pode a qualquer momento
determinar a soltura do deputado Paulo Maluf. Não é nada impossível de acontecer.
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