Por causa da grande crise pela qual passa o
país, o Brasil é um enorme canteiro de obras paradas sob o argumento de que
faltam recursos, além de empresas capacitadas. Para a falta de dinheiro,
estamos há muito tempo sabendo para onde a grana foi. No que diz respeito às
empresas, não houve possibilidade de encontrarmos outra porque o esquema de
propinas criou um bloco e os contratos para as obras são distribuídos entre
elas, e com as propinas elas trabalham com o dinheiro que sobra. É inadmissível
que haja tanto desperdício, pois os adiamentos provocam reajustes de preços e
as consequentes cláusulas com aditamentos trazendo os preços para os valores de
mercado da época do reinício das obras. O certo seria que nos locais das obras
existissem informações claras com todos os dados dos contratos, além da previsão
da data de entrega. Qualquer contrato decente de realização de obra pública
estabelece multa para atrasos na entrega ou modificação de projeto, podendo até
haver a troca de empreiteira. É o que estabelece a legislação sobre licitações
de obras. Porém, com tudo acontecendo com o aval do contratante, quem acaba
multado é o órgão contratante (Governo Federal, governos estaduais e
prefeituras), sobrando, em última análise, para o povo, que é quem paga os
impostos que pagam todos os gastos com tantas falcatruas. Já passou muito da
hora de se dar um fim à eternização de obras públicas. Cabe ao Ministério
Público (MP) e à Justiça responsabilizar com rigor aqueles que comandam esta
modalidade de assalto aos cofres públicos.
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