Neste sábado, as populações dos três Estados
do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) foram convocadas para
participar de ima consulta popular que defende a criação de um novo país. A
iniciativa da consulta, chamada de Plebisul, é do movimento “O Sul É o Meu País”.
Anídria Rocha, empresária e coordenadora-geral do movimento, revela que
a grande motivação dos responsáveis pelo movimento é o pequeno retorno
que a população do Sul recebe dos tributos que paga à União, afirmando: “Os
três Estados não querem mais ser os burros de carga de Brasília”. Ela
disse ainda ter consciência de que o Art. 1.º da Constituição Federal fala da
união indissolúvel dos Estados, municípios e Distrito Federal, uma chamada
Cláusula Pétrea da Constituição, que não pode ser modificada. Além da
consulta popular informal realizada hoje, o movimento pretende, em 2018,
oficializar a manifestação mediante plebiscito. Vamos apresentar um projeto de
lei solicitando a realização de um plebiscito, de forma oficial, contendo a
pergunta que estamos fazendo na consulta popular deste sábado: “Você quer que
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formem um país independente?” As
opções de resposta serão “Sim” e “Não”. “Gostaríamos de realizar esse
plebiscito em outubro de 2018, junto com as eleições gerais do próximo
ano. Anídria diz também ter consciência de que as duas primeiras consultas
populares, a realizada em 2016 e a deste sábado, têm caráter meramente informal,
sem qualquer consequência jurídica. Sobre as motivações dos separatistas,
Anídria Rocha diz: “Hoje, todos os impostos que recolhemos seguem para
Brasília. Retornam para nós apenas 20% do que pagamos ao Tesouro Nacional.
Estamos cansados de ser o burro de carga de Brasília. Nós mandamos dinheiro e
mais dinheiro para lá, e o que nos devolvem são migalhas”, não
descartando a possibilidade de apresentar recursos a duas entidades
internacionais, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das
Nações e Povos Não Representados (UNPO);
Para o especialista Daniel Vargas, professor de Direito
Constitucional da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, iniciativas
como a esta do movimento “O Sul É o Meu País” nada têm de ilegais enquanto
ficarem limitadas à realização de consultas populares como a deste sábado,
acrescentando: “Surgem então essas revoltas, em determinados locais, com grupos
sociais no limite, defendendo iniciativas populares como essa de O Sul É o Meu
País. Do ponto de vista político, esse é um gesto que possui significado.
Afinal de contas, os responsáveis pelo movimento estão chamando a atenção para
problemas que ocorrem no país. Do ponto de vista jurídico-constitucional, é
óbvio que a independência de Estados e entes da Federação não é admitida. O
Brasil adotou a República e a Federação como suas formas de Estado e de
governo, e o que se entende é que essas decisões não podem ser alteradas. É o
que chamamos em Direito Constitucional de Cláusula Pétrea. Por isso, uma
iniciativa como essa de emancipação dos Estados do Sul, se for além de uma
simples consulta à população, poderá suscitar uma intervenção federal, conforme
dispõe o Inciso I do Artigo 34 da Constituição Federal, para impedir que esse
processo se concretize”.
Se todas as regiões e/ou estados quiserem se separar, acho que não vai dar certo. Porque pobre daquele que ficar com Brasília. Então, é melhor que fiquem juntos e dividam o prejuízo.
ResponderExcluir