É motivo de estranheza que
antes do julgamento do ex-presidente Lula, no dia 24 deste mês, magistrados de
tribunais superiores declarem que mesmo tendo sua pena de 9 anos e 6 meses
confirmada pelo Tribunal Superior de Justiça da 4ª Região (TRF4) o líder petista
não será preso imediatamente. Quando um juiz condena uma pessoa em caráter
definitivo depois de concluído o processo, ele é logo em seguida levado para o
xadrez, e quase sempre algemado. No caso específico de Lula há uma legislação
determinando que a sentença do juiz singular deva ser definida em segunda
instância por um colegiado de magistrados, o que acontecerá no próximo dia 24.
Por que, então, Lula voltaria para casa e aguardaria o tal “transitado em
julgado” instalado em sua residência, talvez num apartamento de algum amigo
(ele nunca tem moradia própria). Todo mundo sabe que dos 11 ministros que
compõem o STF oito foram nomeados durante os governos dos petistas Lula e Dilma
Rousseff, mas não dá para acreditar que os oito sejam capazes de passar por
cima da lei para impedir que seu “patrocinador” não passe pelo constrangimento
de ficar atrás das grades. E por qual motivo Lula seria privilegiado? Outros
políticos foram ou ainda estão presos aguardando encarcerados a decisão sobre
os recursos que apresentaram na tentativa de reverter suas penas. Só algum
ministro do Supremo se despir da toga e vestir a camisa do PT ou da CUT dando
entrevista e declarando que o juiz Sérgio Moro fez um pré-julgamento de Lula,
atuando não como um juiz imparcial, mas sim como se fora membro de algum
partido político contrário à ideologia petista – se é que o PT tem alguma –
visando tão somente afastar o candidato petista à Presidência da República,
apesar das robustas provas de que não resta nenhuma dúvida sobre a propriedade
do famoso apartamento tríplex na praia de Guarujá. Estas declarações
estapafúrdias é que dão força para que outro condenado (José Dirceu) fique
incitando militantes para tumultuar o julgamento do dia 24, incluindo ameaças
de baderna e tentativa de invasão do STF-4. Isto também dá forças para aqueles
que apregoam uma Intervenção Militar para botar a casa em ordem. A grande
maioria dos cidadãos de bem quer que tudo ocorra dentro da ordem e da lei.
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