O juiz
Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, decidiu
comentar e avisou aos ameaçadores que a Justiça jamais será acuada e que, sim,
deve ser temida. Segundo o presidente do TRF-4, as famílias dos juízes tiveram
que se retirar do Rio Grande do Sul para terem mais segurança. Ele citou também
uma pessoa do Mato Grosso do Sul que avisou que o tribunal sofreria um ataque
no prédio. O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4),
Carlos Eduardo Thompson Flores, recebeu ontem a visita de membros do PT. O
assunto, conforme as informações, era sobre a segurança para o próximo dia 24,
data do julgamento do ex-presidente Lula. Thompson Flores relatou que estava
preocupado com ameaças de conflito no dia do julgamento e revelou que os
desembargadores estão recebendo inúmeras ameaças para que fiquem pressionados
durante a votação. Os petistas disseram que não estão orientando os seus
militantes a nenhuma ação desse tipo. O ex-ministro José Dirceu e a senadora
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, parece que não estão por dentro
disso e já incitaram o ódio em seus discursos. O ex-ministro chegou a dizer que
o dia 24 de janeiro seria o “dia da revolta” e a senadora falou que Lula será
sim candidato nas próximas eleições e ninguém tiraria isso dele. Por meio do
seu Twitter, Marcelo Bretas comentou sobre as ameaças aos juízes, e deixou uma
pergunta no ar, afirmando que existem pessoas que querem uma Justiça acuada,
cumprindo seu papel sob ameaça e pressão. Ele não falou quem seriam essas
pessoas, mas deixou a indireta de que seriam os condenados por corrupção. Sem
citar nomes, Bretas pode ter insinuado que os defensores de Lula são os
causadores desse tipo de ameaça, pois são os únicos revoltados com uma possível
prisão do petista. Marcelo Bretas afirmou que a Justiça deve ser temida e não
acuada. Ele é a favor da prisão após a condenação em segunda instância e que
uma reviravolta no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre esse assunto poderia
trazer graves consequências às investigações. Em outubro do ano passado, a
Corte decidiu que os juízes poderiam determinar a execução da pena depois da
condenação em segunda instância, mas surgiu a possibilidade desse entendimento
mudar, já que alguns ministros estariam mudando de pensamento.
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