Em 2000, com
a aprovação e sanção da Lei da Ficha Limpa, oriunda de um projeto de iniciativa
popular com cerca de 2 milhões de assinaturas, os brasileiros sentiram a
esperança de que estava iniciando no Brasil um período no qual os governantes
passariam a administrar o dinheiro público com seriedade, em especial por causa
da pena máxima de inelegibilidade por 8 anos para quem fosse nela enquadrado.
Era o fim da impunidade daqueles que fossem condenados pela malversação do
erário público. Realmente, durante a vigência da lei, muitos políticos ficaram
longe das urnas. Porém, ultimamente alguns políticos "ficha-suja" não
estão sendo punidos. No caso mais recente de grande repercussão, a confirmação
em segunda instância da sentença imposta ao ex-presidente Lula ainda está sendo
discutida nos meios jurídicos sobre sua inelegibilidade, que deveria ser
automática. Também causa espanto haja possibilidade de o Supremo Tribunal
Federal (STF) mudar sua decisão estabelecendo que as sentenças proferidas em
segunda instância têm efeito imediato, exatamente quando Lula acaba de ser
condenado a 12 anos e 1 mês de prisão. Se a Lei da Ficha Limpa fosse aplicada
em sua essência, Lula já estaria preso. Se o STF alterar a legislação, aqueles
que já foram punidas voltarão a participar de eleições? E os que não foram
candidatos e tinham chance de se eleger, serão indenizados? É aí que se cobra à
Justiça: cumpram a lei, sem dar privilégio a ninguém.
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