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Enquanto a mídia cuida dos desaforos do senador Renan Calheiros
dirigidos ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara
da Justiça Federal, no Distrito Federal, chamando-o de "juizeco",
recebendo de volta enérgica reação da ministra Carmem Lúcia, presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo-se também atingida pelo senador
falastrão, quando disse: "Onde juiz for destratado, eu também
sou", outra notícia ligada ao Poder Judiciário revoltou
a população ao informar que de cada quatro juízes dos 13.790 magistrados da
Justiça comum do Brasil, 10.765 juízes, desembargadores e ministros do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) receberam em agosto vencimentos acima dos R$
33.763,00 pagos aos ministros do STF, limite constitucional de remuneração dos
servidores públicos brasileiros. E, pior, é que a maioria deles recebe
legalmente porque os porque os acréscimos são decisões do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional da Justiça Federal (CFJ).
Eles não assaltam os cofres públicos. Tudo é legal, porém imoral;
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Como fica a cabeça do trabalhador ao ser informado que os empregados do
povo - sim, eles são pagos com dinheiro proveniente de impostos - determinem
quanto vão ganhar. Será que esses homens de toga absolveriam um cidadão comum
se ele assaltasse o patrão alegando que seu salário está defasado. É isso que
fazem os excelentíssimos juízes. A continuar tal prática, pode chegar
o dia no qual os ministros do Supremo recorram à Justiça também
pedindo isonomia com os demais juízes do país, que em agosto último receberam
em média R$ 39.200,00. Aqui pra nós, legislar em causa própria pode ser
comparado a corrupção pelo rombo que a medida causa aos cofres públicos.
Podemos até dizer que é a mesma coisa que aconteceu com o "Petrolão do
PT". De acordo com a notícia ontem divulgada, 76,48% dos magistrados
ganham acima do teto estabelecido pela Constituição. Então, temos que adaptar a
letra daquele sucesso da cantora Vanderleia, no tempo da Jovem Guarda,
cantando: "Senhores juízes, por favor, parem agora"!
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