Policiais do Senado ligados a Collor, Gleisi e Sarney são presos
- Uma operação da Polícia
Federal (PF) prendeu na manhã de hoje quatro policiais
legislativos suspeitos de prestar serviço de contrainteligência para
ajudar senadores investigados na Operação Lava-Jato. Eles estariam fazendo
varreduras nas casas de políticos para descobrir e eliminar escutas
instaladas com autorização judicial. Um policial legislativo teria
relatado à Procuradoria Geral da República (PGR) que o chefe da Polícia Legislativa do Senado estaria
fazendo um trabalho de contrainteligência nas residências dos senadores
Fernando Collor de Mello (PTC-AL), Gleisi Hoffman (PT-PR), Edison Lobão (PMDB-MA) e do ex-senador
José Sarney (PMDB-AP). A PF cumpre mandados de prisão temporárias. Um
dos presos é Pedro Ricardo Araújo Carvalho, chefe da polícia
legislativa. Outros cinco mandados de busca e apreensão e quatro de
afastamento de função pública foram expedidos;
- Em nota, a Polícia Federal
afirmou que "foram obtidas provas de que o grupo, liderado
pelo diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços
às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e
ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência". O
Ministério Público Federal (MPF) destacou que nesta operação não há
mandatos contra políticos nem foram realizadas buscas em gabinetes de
parlamentares no Congresso. Os mandados da operação desta sexta-feira
foram autorizados pela Justiça Federal do Distrito Federal, a pedido do
MPF no Distrito Federal. Comentaristas políticos afirmam
que Polícia Legislativa do Senado Federal pagou o maior mico e cometeu o
maior erro de sua História interferindo numa investigação
policial-judicial federal e retirou escutas instaladas na casa de pelo
menos quatro senadores, que são alvo da Operação Lava-Jato;
- A ocorrência de hoje deixa
bem claro que é necessário que se impeça a todo custo qualquer mudança na
legislação sobre o que parlamentares chamam de abuso de autoridade, e dão
mais força à campanha que se desenvolve em todo o Brasil pelo fim do
famigerado foro privilegiado. O episódio também serve para demonstrar que
já passou da hora de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado
Federal, ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) diante da penca
de processos a que responde, com a respectiva
cassação de seu mandato, da mesma forma que aconteceu com o ex-deputado
Eduardo Cunha, ainda mais que corre o boato de que o senador alagoano
pleiteia ser o líder do Governo a partir de fevereiro do ano que vem.
Renan Calheiros tem 11 inquéritos contra si, cochilando calmamente no aconchego do Supremo Tribunal Federal. Pois bem, em nota oficial divulgada nesta sexta-feira (21), sobre a Operação Métis, ele defendeu a Polícia Legislativa do Senado e as suas prerrogativas de inclusive fazer varreduras para detectar a existência de escuta nos apartamentos funcionais dos senadores. Entretanto, na mesma nota, sem mencionar a PF, ele, num recado velado, mas certeiro, com endereço dirigido, afrontou a instituição e praticamente 'chamou para a briga'. ‘As instituições, assim como o Senado, devem guardar os limites de suas atribuições legais. Valores absolutos e sagrados do estado democrático de direito, como a independência dos poderes, as garantias individuais e coletivas, liberdade de expressão e a presunção da inocência precisam ser reiterados’, disparou Renan.
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