O troca-troca de
integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados,
com uma descarada compra de votos pelo presidente Michel Temer através da
liberação de emendas parlamentares, que totalizaram mais de R$ 130 milhões para
rejeitar o pedido de abertura de processo de impeachment contra ele solicitado
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está provocando
manifestações de repulsa por parte de grande parte da população brasileira. Entre
os maiores críticos está o PT. Quando o interesse próprio está acima de
qualquer coisa, a memória costuma ter uma espécie de apagão. Quando começou a
se articular o impeachment da ex-presidente Dilma, ela se utilizou da mesma
prática, cabendo naquela oportunidade aos partidos de oposição fazer a mesma
coisa. Ministros que eram parlamentares eram exonerados por algumas horas,
reassumindo os cargos para votar a favor da então presidente. Da mesma forma
houve um grande pacote de bondades como a liberação das famigeradas emendas
parlamentares comprando votos. A CCJ é composta de 66 membros e bastava comprar
cerca de 40 votos, como ocorreu. O que deveria preocupar o povo é que o processo
vai ser decidido pelo plenário da Câmara, e agora Michel Temer terá que
garantir 172 votos e ele tem a caneta na mão para efetuar a compra de votos.
Para a oposição, a tarefa é mais difícil, porque precisa de 342 votos para dar
prosseguimento à tentativa de afastar Temer do cargo por pelo menos 180 dias. Se
isso for alcançado, não que dizer que essa gente está lutando pela moralidade
do comportamento dos políticos brasileiros, porque muitos estão contra Temer por
terem tido seus interesses pessoais contrariados. Resta ainda uma possibilidade
de ser até ultrapassado o total de 342 votos porque até agosto, na volta do
recesso, quando será votado o pedido na Câmara, os deputados vão ficar recebendo
recados de seus eleitores de que darão a devida resposta nas urnas nas eleições
de 2018.
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