Até que enfim alguma coisa errada poderá ser consertada. A Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal aprovou, hoje, Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) que modifica o processo de escolha dos ministros
do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre outras mudanças, está a fixação de
mandato de dez anos de duração e a proibição de recondução ao cargo. A PEC
segue para votação no Plenário do Senado. O texto aprovado é um substitutivo da
senadora Ana Amélia (PP-RS) à PEC nº 44/2012, do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que tramita com
outras 11 propostas. O substitutivo mantém o processo de nomeação dos ministros
do STF pelo presidente da República a partir de uma lista tríplice que seria elaborada
por um colegiado composto pelos presidentes do STF, do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), do Tribunal Superior do Trabalho (TST), do Superior Tribunal
Militar (STM), do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e
ainda pelo procurador-geral da República e pelo defensor público-geral federal.
O prazo para elaboração da lista tríplice seria de um mês a contar da
abertura de vaga no STF, ficando de fora quem, nos quatro anos anteriores,
tenha exercido mandato eletivo federal ou cargo de procurador-geral da
República, advogado-geral da União e ministro, além do pré-requisito de
comprovação de 15 anos de atividade jurídica. O presidente da República teria
de comunicar sua escolha para o STF ao presidente do Senado Federal no prazo de
um mês do recebimento da lista tríplice. O indicado deverá ter seu nome
aprovado pela maioria absoluta dos membros do Senado. Depois de deixar a
função, os ministros do Supremo ficarão inelegíveis para qualquer cargo
até cinco anos após o término do mandato. Cristovam Buarque afirmou que a atual
sistemática está caracterizada pela “excessiva personalização”, com a escolha pessoal
dos ministros do STF pelo presidente da República, algo que se caracterizou com
a nomeação de Alexandre de Moraes para o STF, que era titular do Ministério da
Justiça, com o agravante de que julgará o presidente Temer em processos nos
quais e réu. Por isso, considera necessário buscar eliminar a contaminação
política e conferir maior qualificação e equilíbrio às designações de juízes da
Suprema Corte.
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