Se alguém duvidava que
as manobras para esvaziamento da Operação Lava-Jato estavam em curso, agora já
sabemos que os políticos corruptos não estavam dormindo. A Polícia Federal (PF)
confirmou que os grupos de trabalho dedicados às operações Lava-Jato e Carne
Fraca passam agora a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de
Verbas Públicas (Delecor). A medida, segundo a PF, visa a priorizar ainda
mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite
o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro
e facilita o intercâmbio de informações. Ontem, o procurador da República
Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava-Jato em
Curitiba, comentou nas redes sociais sobre a liberação de recursos para emendas
parlamentares pelo Governo Federal, e alertou que a força-tarefa da PF na
Operação Lava-Jato havia deixado de existir;
De acordo com a PF, cada
delegado do Grupo de Trabalho da Lava-Jato possuía cerca de vinte inquéritos
cada um, e que com a nova sistemática de trabalho, nenhum dos delegados
atuantes na Lava-Jato terá aumento de carga de trabalho, mas, ao contrário, ela
será reduzida em função da incorporação de novas autoridades policiais,
acrescentando ainda que o número de policiais dedicados a essas investigações
chega a 70. A iniciativa da integração coube ao Delegado Regional de Combate ao
Crime Organizado do Paraná, delegado Igor Romário de Paula, coordenador da
Operação Lava-Jato no Estado, e foi confirmada pelo Superintendente Regional,
delegado Rosalvo Franco. A PF informou também que foi firmado o apoio de
policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo os delegados Márcio
Anselmo e Luciano Flores, ex-integrantes da Operação Lava-Jato, e que o efetivo
da Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será
reforçado em caso de necessidade. Em maio, o número de delegados dedicados à
Lava Jato em Curitiba já tinha caído de nove para quatro, sob o argumento de
queda na demanda da operação e de criação de grupos em outros Estados, como Rio
e Brasília.
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