O
ex-presidente Lula foi condenado pela primeira vez no âmbito da Operação
Lava-Jato. Nesta quarta-feira, o juiz federal Sérgio Moro sentenciou Lula a 9
anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Agora, todas as atenções da defesa do
ex-presidente se voltam para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4),
onde são julgados os recursos dos réus de Curitiba. No dia 27 de junho, o TRF-4 derrubou uma
sentença de Moro livrando de uma pena de prisão de 15 anos e 4 meses o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, acusado de corrupção passiva, lavagem de
dinheiro e associação criminosa. A sentença favorável a Vaccari é o fio de
esperança ao qual se agarra o ex-presidente. Ela vai tentar sensibilizar o
Tribunal a proferir sentença semelhante àquela dada ao ex-tesoureiro petista,
inocentado por conta de provas “insuficientes” e “baseadas apenas em delações premiadas”,
como descrito na sentença. Desde o começo da Lava-Jato, a turma vem derrubando
recursos em sequência e confirmando a maioria das decisões condenatórios vindas
da primeira instância, assinadas por Moro em Curitiba. Em alguns casos, as
penas são até mesmo aumentadas. No mesmo julgamento do ex-tesoureiro do PT, a
corte de segunda instância incrementou a pena do ex-diretor de serviços da
Petrobras Renato Duque, que era de 20 anos e 8 meses, para quase 44 anos. Caso
a sentença seja confirmada no TRF-4, Lula ficará inelegível por conta da lei da
Ficha Limpa, e será impedido de disputar as eleições de 2018. O
resultado representa o fim da linha para os réus da Operação Lava-Jato. Desde o
ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) prevê que a condenação em segunda
instância já é suficiente para colocá-los na prisão, mesmo quando ainda existe
possibilidade de recursos. Um mês antes do julgamento que absolveu Vaccari,
numa tarde gelada e chuvosa de quarta-feira, uma sessão no TRF-4 mostrou-se
emblemática sobre o que espera a defesa de Lula nos próximos meses. Naquele
dia, o Tribunal apreciou o recurso do ex-deputado André Vargas (sem partido
desde 2014), cassado pelo envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, paciente
zero da Lava-Jato. Vargas era filiado ao PT e ocupava o cargo de
vice-presidente da Câmara dos Deputados. Preso em Curitiba e condenado a 14
anos e 4 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, ele pleiteava, naquela tarde, sua absolvição.
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