O ministro da Justiça, Torquato Jardim,
estava numa entrevista coletiva na qual somente ele falava – seria mesmo
coletiva? – e saiu rapidamente do local sem responder às indagações dos repórteres
sobre uma provável substituição do diretor da Polícia Federal (PF), Leandro Daiello. É que segundo
reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, o
ministro disse a representantes da Federação Nacional dos Delegados de Polícia
Federal que tiraria Daiello do comando da PF. Segundo o jornal paulista, o
ministro afirmou também que remanejaria para outro órgão servidores que não têm
relação com a atividade policial, como, por exemplo, emissão de passaportes e
controle de estrangeiros. São tantas as controvérsias que ainda de
acordo com a notícia da “Folha”,
um dos possíveis substitutos seria o delegado Rogério Galloro, que ocupa o
segundo posto no comando da PF, e que a indicação de Galloro para o cargo foi
feita pelo general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República (GSI);
Quando o
ministro Torquato Jardim saiu do local da entrevista apressadamente, Daiello
ficou sozinho diante dos jornalistas. Indagado se permanecerá no cargo, o
delegado não respondeu. Logo após a fala do ministro, a TV Globo procurou a
assessora do Ministério da Justiça, Katia Cubel. Por mensagem, a assessora
garantiu que o ministro quis dizer que é certa a permanência de Leandro Daiello
à frente da Polícia Federal. Há uma enorme expectativa quanto à informação
correta, visto que entre os envolvidos na Operação Lava-Jato ele é considerado
como alguém que não segura os policiais nas investigações. O líder do PPS no
Senado Federal, Cristovam Buarque, disse que uma possível troca na Polícia
Federal agora transmitiria uma mensagem de interferência na Lava-Jato. “O
maior desafio do presidente Temer é ganhar credibilidade na opinião pública,
que ele não tem. Trocar o diretor da PF seria um desastre na credibilidade dele
porque iria parecer que isso é para barrar o trabalho da Polícia Federal, há
anos, na luta contra a corrupção pela Lava Jato. É na Polícia Federal que a
população confia. Mexer nela neste momento é abalar a credibilidade de uma
instituição tão respeitada na opinião pública no dia de hoje",
completou o senador.
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