“O que vi foi uma grande armação contra o
senador Aécio”.
A declaração é do senador João Alberto de Souza (PMDB-MA), presidente do Conselho de Ética do
Senado Federal, ao determinar o arquivamento do pedido de cassação do mandato
do senador Aécio Neves (PMDB-MG). Após as delações da JBS se tornarem
públicas, os partidos Rede e PSOL pediram ao conselho que cassasse o mandato de Aécio por quebra de decoro parlamentar. O senador maranhense sequer ouviu os
demais integrantes do conselho. No entanto, mesmo com a decisão de João
Alberto de arquivar o processo, qualquer integrante do conselho pode recorrer
ao plenário, em até dois dias úteis, desde que conte com o apoio de cinco
parlamentares. Sendo assim, esse prazo vai até a próxima terça-feira. Suplente
do conselho, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou que buscará o
apoio de outros parlamentares do colegiado para recorrer da decisão. Muita
gente estranhou a decisão de João Alberto porque foi tomada antes de ser
divulgado o resultado da perícia da gravação feita pelo empresário Joesley
Batista, cujo relatório atestou que não houve nele nenhum tipo de edição, nas
quais ficam nitidamente confirmadas várias formas de quebra de decoro. Sobrou,
é claro, um explícito caso de corporativismo, bem como um recado de alívio aos
parlamentares que tenham cometido ao longo de seus mandatos.
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