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19 de agosto de 2017

Gilmar Mendes não sai do foco. Agora ele é novo ‘Soltador Mor’

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes resolveu definitivamente ficar em evidência e para isso ele bate de frente com alguém fazendo declarações ou tomando decisões que causam perplexidade pelo inusitado de cada uma delas. A mais recente “traquinagem” do ministro resultou na soltura do empresário Jacob Barata Filho e do ex-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) Lélis Teixeira, que deixaram o presídio de Benfica na manhã de hoje. Os dois são réus na Operação Ponto Final, que investiga o pagamento de propina por parte de gestores de ônibus a políticos. A soltura foi ordenada por Gilmar Mendes, que determinou aos dois réus o recolhimento domiciliar, a retenção de passaporte e a proibição de contato com outros investigados na ação. O juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato no Rio, havia expedido novos mandados de prisão após o ministro do STF ordenar a soltura em uma primeira decisão, na quinta-feira. Mesmo soltos para responder ao processo da Ponto Final, havia determinação de prisão preventiva de Barata Filho por evasão de divisas e, no caso do ex-presidente da Fetranspor, por conta da última operação, em que o ex-secretário municipal Rodrigo Bethlem foi chamado à Polícia Federal (PF) para dar explicações. Assim, Bretas mandou expedir os mandados de prisão, o que não havia sido feito por ambos estarem na cadeia. No dia seguinte, o ministro do STF estendeu a sua decisão também para esses casos e os réus puderam seguir à prisão domiciliar neste sábado;

O que se apresenta de modo bastante evidente é que o ministro Gilmar Mendes está se especializando em soltar personalidades notórias que estejam respondendo a processos principalmente de corrupção com desvio de dinheiro público. Além das duas solturas de Barata e Lélis, ele deu voto de desempate na soltura do ex-ministro José Dirceu. Para demonstrar que isenção não é uma das atitudes preferidas pelo ministro, a advogada Guiomar Feitosa de Albuquerque Lima Mendes, sua esposa, que já ocupou inúmeros cargos públicos, entre eles a Secretária-Geral da Presidência do Supremo, optando por altíssimos salários do escritório do advogado Sergio Bermudes, que fez a defesa de Zé Dirceu. Gilmar Mendes também mandou soltar o empresário Eike Batista, que havia sido preso na Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Lava-Jato. Ele também concedeu decisão liminar para soltar o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso José Riva, conhecido como maior ficha-suja do país. Por fim, o fato mais grave que está sendo amplamente divulgado pela mídia: Gilmar Mendes e sua esposa foram padrinhos de casamento de Beatriz Barata, filha do chamado “Rei do ônibus” do Rio, com Chiquinho Feitosa, filho de Chico Feitosa, conhecido com “Rei do ônibus” de Fortaleza. Seria somente coincidência?

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