O ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Gilmar Mendes resolveu definitivamente ficar em evidência e para isso ele
bate de frente com alguém fazendo declarações ou tomando decisões que causam
perplexidade pelo inusitado de cada uma delas. A mais recente “traquinagem” do
ministro resultou na soltura do empresário Jacob Barata Filho e do
ex-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado
do Rio de Janeiro (Fetranspor) Lélis Teixeira, que deixaram o presídio de Benfica na
manhã de hoje. Os dois são réus na Operação Ponto Final, que investiga o
pagamento de propina por parte de gestores de ônibus a políticos. A soltura foi
ordenada por Gilmar Mendes, que determinou aos dois réus o recolhimento
domiciliar, a retenção de passaporte e a proibição de contato com outros
investigados na ação. O juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da
Operação Lava-Jato no Rio, havia expedido novos mandados de prisão após o
ministro do STF ordenar a soltura em uma primeira decisão, na quinta-feira. Mesmo soltos para responder ao
processo da Ponto Final, havia determinação de prisão preventiva de Barata
Filho por evasão de divisas e, no caso do ex-presidente da Fetranspor, por
conta da última
operação, em que o ex-secretário municipal Rodrigo Bethlem foi chamado à
Polícia Federal (PF) para dar explicações. Assim, Bretas mandou
expedir os mandados de prisão, o que não havia sido feito por ambos estarem na
cadeia. No dia seguinte, o ministro do STF estendeu a sua decisão também para
esses casos e os réus puderam seguir à prisão domiciliar neste sábado;
O
que se apresenta de modo bastante evidente é que o ministro Gilmar Mendes está
se especializando em soltar personalidades notórias que estejam respondendo a
processos principalmente de corrupção com desvio de dinheiro público. Além das
duas solturas de Barata e Lélis, ele deu voto de desempate na soltura do
ex-ministro José Dirceu. Para demonstrar que isenção não é uma das atitudes
preferidas pelo ministro, a advogada Guiomar Feitosa de Albuquerque Lima Mendes,
sua esposa, que já ocupou inúmeros cargos públicos, entre eles a Secretária-Geral
da Presidência do Supremo, optando por altíssimos salários do escritório do
advogado Sergio Bermudes, que fez a defesa de Zé Dirceu. Gilmar Mendes também
mandou soltar o empresário Eike Batista, que havia sido preso na Operação
Eficiência, um desdobramento da Operação Lava-Jato. Ele também concedeu decisão liminar para soltar o ex-presidente da
Assembleia Legislativa do Mato Grosso José Riva, conhecido como maior ficha-suja
do país. Por fim, o fato mais grave que está sendo amplamente divulgado pela
mídia: Gilmar Mendes e sua esposa foram padrinhos de casamento de Beatriz
Barata, filha do chamado “Rei do ônibus” do Rio, com Chiquinho Feitosa, filho
de Chico Feitosa, conhecido com “Rei do ônibus” de Fortaleza. Seria somente coincidência?
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