Merece
ser comentado interessante artigo do jornalista Roberto Feith com o título
"As razões do juiz" publicado na edição de ontem de "O
Globo", no ele aborda os privilégios dos políticos beneficiados pelo
famigerado foro privilegiado, que gera uma gritante desigualdade entre figuras
do mesmo porte. Ele cita Sérgio Cabral, Antônio Palocci, Eduardo Cunha e Geddel
Lima, que estão atrás das grades, enquanto Renan Calheiros – ele responde a 12 processos –, Gleisi Hoffmann, Aécio Neves,
Fernando Collor, Romero Jucá e dezenas de outros, indiciados ou réus por
corrupção, estão livres, isto porque os da primeira lista não tinham foro
privilegiado quando foram presos, ao contrário dos outros, que integram uma
lista de mais de 30 mil, talvez mais, algo que deve ser um recorde mundial;
Roberto
Feith lembra que em maio o Supremo Tribunal Federal (STF) analisava uma
proposta restringindo a validade do privilégio aos delitos cometidos no exercício
do cargo. Recentemente empossado, o ministro Alexandre de Moraes pediu vistas.
A medida já havia recebido quatro votos favoráveis, mas até hoje ele não o
devolveu. Como ele é um reconhecido constitucionalista e advogado experiente,
não se justifica a demora. Para o jornalista, Alexandre de Moraes, que foi
indicado ao Senado Federal pelo presidente Michel Temer quando era seu ministro
da Justiça, está deixando muita gente especulando que ele está fazendo o jogo
dos políticos da turma aliada ao presidente da República. Um ministro do
Supremo não pode se mostrar como se fosse um político defendendo os interesses
de seus companheiros e parceiros. Ele não pode agir mais como político do que
como juiz.
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