O plenário do
Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta quarta-feira, por oito votos a um, a
liberdade para o deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), mantendo a decisão de dezembro do ministro Teori
Zavascki. Votaram contra a liberdade de Cunha o relator da Operação
Lava-Jato, ministro Edson Fachin, além de Luis Roberto Barroso, Rosa Weber,
Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello e a presidente da
corte, ministra Cármen Lúcia. O ministro Ricardo Lewandowski esteve ausente da
sessão. Marco Aurélio Mello votou pela liberdade do ex-deputado, indagando se
Cunha estaria preso caso tivesse mantido o direito a foro privilegiado,
argumentando que há uma generalização sem tamanho da prisão preventiva e
afirmou que, segundo dados recentes, 40% da população carcerária no Brasil
ainda não foi julgada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), caso no qual
Eduardo Cunha é enquadrado;
No novo recurso, a
defesa de Cunha alegou que Sergio Moro, responsável pela prisão, descumpriu uma
decisão do STF. Os advogados afirmam que o Supremo já decidiu que Cunha não
poderia ser preso pelos fatos investigados contra ele na Lava-Jato, ao entender
que o ex-deputado deveria ser afastado da presidência da Câmara, em maio do ano
passado. Para a defesa, os ministros decidiram substituir a prisão pelo
afastamento de Cunha. A prisão foi decretada na ação penal em que o
ex-deputado é acusado de receber R$ 5 milhões, depositados em contas não
declaradas na Suíça. O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com
a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África. O processo
foi aberto pelo STF, mas, após a cassação do mandato do parlamentar, a ação foi
enviada para o juiz Sérgio Moro, porque Cunha perdeu o foro privilegiado. Se os
advogados de Eduardo Cunha acusam Sérgio Moro de não acatar decisão do STJ,
eles acham que o tribunal, que é uma instância inferior irá desobedecer a
uma decisão quase unânime do Supremo? Fala sério!
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